A AT&T, companhia americana de telecomunicações, informou nesta segunda-feira, 30 de setembro, que vendeu sua participação de 70% na DirecTV para o fundo de private equity TPG.
A venda, que foi negociada em US$ 7,6 bilhões, deve ser concluída até o segundo semestre de 2025 e encerra as operações da AT&T no mundo do entretenimento.
“Essa venda permite que a AT&T continue focada em ser a empresa líder em conectividade sem fio 5G e fibra óptica nos Estados Unidos. Além disso, a transação também ajuda a fortalecer o balanço patrimonial da AT&T, antecipando o recebimento do dinheiro esperado para os próximos anos”, informou a companhia em um comunicado.
O momento não poderia ser mais oportuno para a empresa. A DirecTV vem enfrentando fortes quedas no seu número de assinantes em meio a complexa batalha com as plataformas de streamings. Em 2023, a distribuição de seus serviços registrou uma receita de US$ 2 bilhões ante os US$ 2,6 bilhões registrados em 2022.
A AT&T já havia contabilizado essa perda e vinha tentando se desfazer da empresa desde 2021, quando negociou 30% da companhia com a TPG. Na época, as empresas decidiram criar uma joint venture para cuidar do ativo.
Desde lá, a companhia vem recebendo proventos desta união, que já totalizam US$ 19 bilhões. Apesar disso, a conta não fechava, pois a companhia pagou US$ 49 bilhões na DirecTV em 2015.
Com a separação, a DirecTV também anunciou que seguirá novos rumos ao comprar a empresa de TV por satélite Dish, que atualmente pertence a EchoStar. O negócio terá um valor nominal de US$ 1, mas a DirecTV assumirá a dívida líquida da Dish, que gira em torno de US$ 9,7 bilhões.
As duas empresas tentam se unir há décadas, mas foram impedidas por preocupações sobre a concorrência no setor nos Estados Unidos. Juntas, as companhias têm cerca de 20 milhões de assinantes, segundo o The Wall Street Journal, o que representa uma queda acentuada em comparação aos dados de 2002, quando elas tentaram se fundir pela primeira vez.
“A união beneficiará os consumidores nos Estados Unidos, criando uma força competitiva mais robusta em uma indústria dominada por serviços de streaming pertencentes a grandes empresas de tecnologia”, informaram as duas empresas em comunicado.
Ao fim da transação, a EchoStar terá reduzido sua dívida em cerca de US$ 11,8 bilhões e diminuído suas necessidades de refinanciamento até 2026 em cerca de US$ 6,7 bilhões. Atualmente, a companhia conta com um passivo de US$ 21 bilhões.
“As ações estratégicas de hoje aumentaram nossa capacidade de competir de forma agressiva no mercado de comunicações sem fio dos EUA”, disse o CEO da EchoStar, Hamid Akhavan, em comunicado.