Câncer de mama:acompanhamento deve começar aos 40 anos – 01/05/2024 – Equilíbrio e Saúde


Diante do aumento da incidência de câncer de mama em mulheres jovens, um painel de especialistas indica iniciar o rastreamento regular por mamografia aos 40 anos. Essa informação reverte uma orientação controversa e de longa data que aconselhava a maioria das mulheres esperar até os 50 anos.

O painel, realizado nesta terça-feira (30), do U.S. Preventive Services Task Force (Força-Tarefa de Saúde Preventiva dos Estados Unidos) concluiu a elaboração de uma recomendação preliminar, previamente divulgada no ano passado. Reconhecido por oferecer diretrizes de grande impacto na área da saúde preventiva, suas recomendações costumam ser amplamente aceitas nos Estados Unidos.

Em 2009, os especialistas elevaram a idade para iniciar mamografias de rotina para 50 anos, em vez de 40, causando grande controvérsia. Na época, os pesquisadores estavam preocupados que o rastreamento mais precoce causasse mais danos do que benefícios, levando a tratamentos desnecessários em mulheres mais jovens, incluindo descobertas alarmantes que levam a procedimentos invasivos, mas ultimamente desnecessários.

No entanto, agora as taxas de câncer de mama entre mulheres na faixa dos 40 anos estão aumentando, crescendo até 2% ao ano entre 2015 e 2019, afirma John Wong, vice-presidente do U.S. Preventive Services Task Force e diretor de pesquisa de eficácia comparativa do Instituto de Ciência Translacional Clínica de Tufts.

O painel segue com a recomendação do acompanhamento a cada dois anos para mulheres com risco médio de câncer de mama, embora muitas pacientes e profissionais prefiram realizar seus exames anualmente.

“Há evidências claras de que iniciar o rastreamento a cada dois anos aos 40 anos fornece benefícios suficientes para que devêssemos recomendá-lo para todas as mulheres neste país, para ajudá-las a viver mais e ter uma melhor qualidade de vida”, completa Wong.

O U.S. Preventive Services Task Force também informa que não há evidências suficientes para endossar exames extras, como ultrassonografias ou ressonâncias magnéticas, para mulheres com tecido mamário denso.

Isso significa que as seguradoras de saúde nos EUA não precisam fornecer cobertura total de acompanhamento adicional para essas mulheres, cujos cânceres podem ser perdidos apenas com mamografias e que estão em maior risco de câncer de mama desde o início. Cerca de metade de todas as mulheres com 40 anos ou mais estão nessa categoria.

A decisão do painel de não endossar os exames extras tem implicações significativas para os pacientes, disse Robert Traynham, porta-voz da AHIP, a associação que representa as empresas de seguros de saúde nos EUA.

“O que isso significa para a cobertura é que não há mandato para cobrir esses exames específicos para mulheres com seios densos com compartilhamento zero de custo”, afirma Traynham.


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Fonte: Folha de São Paulo

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