“Olá, eu sou Ana Lúcia Paduello, conselheira nacional de Saúde, represento a Associação Brasileira Superando o Lúpus, Doenças Reumáticas e Raras, Fórum de Usuários [do SUS], Mesa Diretora [do CNS] e uma mulher preta. Hoje, 21 de março, é o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. Sobretudo no Brasil, país que mais tem pessoas pretas fora da África, essa é uma discussão central, se não é, deveria ser. Sobretudo agora, em 2022, com as eleições nas nossas portas, precisamos trazer para a centralidade do debate essa temática. Eu acredito que o mito da democracia possa estar dificultando para que esse debate saia da pauta de identitários, para a pauta da centralidade. Mas nós, o povo preto, não podemos deixar que isso aconteça, pois nos afeta, afeta nossos filhos, nossos netos e afeta sobretudo a economia do país. Precisamos ter coragem para discutir sobre o racismo, tirar o racismo de baixo do tapete, trazer para mesa e discutir um tema tão importante que perpassa todas as instâncias, judicial, saúde, educação, social, econômica. Porque, antes de pensarmos que o Brasil é uma potência e precisa crescer, a maior população que mora nesse país, sendo uma população preta, vivendo sob a régia do racismo, precisa ser levada em conta, precisa ser discutida. Por quê? Quando vamos terminar com essa discriminação racial? Quando o Brasil jogará no lixo o racismo? Isso é uma discussão para toda a população brasileira, não só para nós, pretos, não só para vocês, brancos, mas para todos nós”, Ana Lúcia Paduello, conselheira nacional de Saúde, integrante da Mesa Diretora do CNS
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