Fami relança marca Faros como multi family office independente e R$ 14 bilhões “de largada”

gestão de fortunas


A Fami Capital, fruto da fusão de Faros e Messem e com mais de R$ 75 bilhões sob custódia e aconselhamento, está “relançando” seu family office, que já tem R$ 14 bilhões.

Nesse rebranding, a unidade passa a se chamar Faros Multi Family Office, resgatando a marca da empresa de investimentos que foi a primeira a ter uma consultoria em 2018 e se consolidou no atendimento a grandes fortunas – levando, inclusive, seus concorrentes a entrarem no mercado de wealth.

“A Faros sempre foi uma marca forte entre as grandes fortunas, pelo perfil do próprio escritório”, diz Felipe Bichara, diretor da Faros Multi Family Office, em entrevista ao NeoFeed.

Quando concluiu a análise das sinergias da fusão de Faros e Messem, a Fami Capital identificou ao menos mais 80 famílias hoje atendidas por ela na assessoria, que possuem um patrimônio total a partir de R$ 25 milhões (tíquete mínimo do MFO). O que dá um potencial de dobrar a operação.

O plano é, pela primeira vez, oferecer ativamente esse serviço usando o relacionamento que o cliente já tem com a casa e conquistar o poder de gerir o restante do patrimônio que está em grandes bancos e outras corretoras, trazendo todos esses clientes elegíveis até 2025.

“Vemos uma demanda cada vez maior do cliente por centralizar sua vida financeira em alguém independente e EM que confia, ao mesmo tempo em que quer manter custódia e relacionamento com diversas instituições que oferecem bons produtos”, afirma Bichara.

A Faros Multi Family Office está também investindo em fortalecer sua equipe. Foram feitas 15 contratações, dentre posições de backoffice a portfólio managers e bankers. A última delas foi Arthur Riedel, executivo que já foi head de distribuição do Itaú BBA, superintendente do Safra Private Banking e responsável pelo planejamento estratégico do B2B da XP.

O family office conta, além de Bichara, com Marcos Macedo, que é head de research, e usa um braço da gestora de recursos Persevera, que tem Guilherme Abbud como CIO e CEO, para fazer carteiras administradas com uma gestão discricionária sob demanda.

Quem adere a esse modelo passa a contar com outra estrutura para atender as suas necessidades. O modelo de remuneração é fee based, que cobra uma taxa percentual fixa sobre o total sob aconselhamento, custodiado nas plataformas de preferência do cliente. Mas o assessor segue sendo o principal ponto de relacionamento do cliente no MFO.

A Fami Capital também conta com um Register Investment Advisor (RIA) nos Estados Unidos desde 2022 com a aquisição da Hollander, que tem cerca de US$ 1,8 bilhão sob aconselhamento (ou R$ 9 bilhões, dos R$ 14 bilhões totais da Faros MFO). Por meio dessa estrutura, a empresa tem conseguido gerir recursos de clientes que estão em grandes bancos internacionais, como Citibank, J.P. Morgan e Goldman Sachs.

Bichara Faros Multi Family Office
Felipe Bichara, diretor da Faros Multi Family Office

A casa possui também uma divisão de planejamento patrimonial (wealth planning) e sucessório e administração e aconselhamento dos ativos ilíquidos da família. “Um Multi Family Office vai além dos investimentos líquidos. É preciso apoiar a família em todo o seu patrimônio, com aconselhamento financeiro, mas também jurídico e tributário. Queremos resolver tudo que eles precisam”, afirma Bichara.

Com essa estrutura, a Faros acredita que pode conquistar clientes inclusive fora de casa, competindo com tradicionais Multi Family Offices do mercado, como a G5 Partners, TAG Investimentos e a Turim MFO. E também com outros players que vem conseguindo crescimento acelerado, como a Portofino Multi Family Office.

Está na mira da empresa de investimentos também conquistar clientes que não tem conta na XP (custodiante da Fami). Para isso, a empresa está contratando bankers de grandes privates que decidiram mudar o modelo de trabalho para o fee based, em uma casa independente.

Assim como nos últimos anos Faros e Messem trouxeram diversos gerentes de banco da alta renda do varejo para virarem assessores de investimentos, agora, a Fami Capital acredita que é a vez de trazer profissionais do private banking e seus clientes para um novo modelo.

“Não é só o cliente que está em busca de estruturas isentas. Os profissionais já perceberam a direção dos novos ventos e querem uma chance de trabalhar nela. E, em geral, trazem a carteira dos seus clientes. Estamos contratando grandes bankers ultra high”, diz Bichara.

A Fami Capital é a maior assessoria do país e está presente em 13 cidades do Brasil, além de Miami. A companhia planeja chegar a R$ 100 bilhões sob custódia e aconselhamento em 2025.

Assim como seus pares, ela incomoda grandes bancos com o seu crescimento – que tem contra-atacado, como a operação do Íon junto ao Personnalité, e o Santander AAA. Agora com o MFO, os wealth managers também passam a ser alvos.





Fonte: NeoFeed

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