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Leilão contrata soluções de energia solar para AM e PA – 26/09/2025 – Mercado


Soluções híbridas de geração de energia com térmica a diesel, painéis solares e baterias foram contratadas para suprimento eletroenergético de comunidades isoladas dos estados do Amazonas e do Pará, em leilão realizado pela agência reguladora Aneel e pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) nesta sexta-feira (26).

Ao todo, os projetos totalizam investimentos de aproximadamente R$ 313 milhões para sua execução. Em potência, somam cerca de 50 MWs (megawatts), acima dos 18,7 MW requeridos. Os contratos negociados têm início de suprimento em dezembro de 2027 e prazo de 180 meses (15 anos).

Os empreendimentos do lote I vão atender as localidades do Amazonas de Camaruã, Novo Remanso, Cabori, Parauá e Limoeiro. Foram contratadas soluções da empresa Energias do Acre, do grupo Rovema Energia, com térmicas a diesel mescladas com solar e baterias, a preço de R$ 2.729,7 por MWh (megawatt-hora), um deságio de 22% frente ao preço inicial estabelecido.

O projeto amazonense cumpre com o índice mínimo de renovabilidade de 22% estipulado para o leilão, sendo que em alguns meses do ano esse índice sobe para a casa dos 40%, disse a Rovema Energia, que foi assessorada no certame pela consultoria CELA (Clean Energy Latin America).

Já para o lote III, voltado ao suprimento de Jacareacanga, no Pará, também foi contratado um empreendimento de geração a diesel com solar e baterias, desenvolvido por um consórcio da YOU.ON com a IFX Engenharia, com preço de R$ 1.593,16/MWh, desconto de 46,89%.

Segundo a YOU.ON, o diesel representa menos de 30% do suprimento do projeto, que tem como foco a descarbonização.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) havia informado anteriormente que todas as geradoras a diesel cadastradas no leilão utilizariam também uma mistura de biodiesel “acima do percentual obrigatório”.

Os sistemas isolados são comunidades que, por não estarem conectadas à rede elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN), dependem de geração local para obter energia. Grande parte desses sistemas, concentrados no Norte, são atendidos hoje por termelétricas poluentes, movidas a combustíveis fósseis, subsidiadas por todos os consumidores do país por meio da conta de luz.

Essa é a primeira licitação do tipo que obrigou que todas as soluções de suprimento tivessem uma participação mínima de 22% de energia renovável ou a gás natural —dispositivo inserido como forma de avançar na descarbonização do atendimento de energia dessas comunidades.

O leilão desta sexta previa inicialmente a oferta de mais um lote, para atendimento outras comunidades do Amazonas. O Ministério de Minas e Energia decidiu retirá-lo do certame nesta semana devido a incertezas relacionadas ao fornecimento de gás, o que poderia comprometer os projetos de longo prazo para a região.

Diretores da Aneel expressaram nesta semana preocupação com o atendimento das comunidades compreendidas no lote excluído, embora o governo tenha assegurado que trabalharia para garantir a segurança eletroenergética da região.

Nesta semana, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o lote seria postergado até que se tenha segurança do preço do gás, complementando que a EPE estava conduzindo estudos para permitir nova oferta do projeto com base no menor custo para o consumidor brasileiro.



Fonte: Folha de São Paulo

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