Na loucura da IA, valuation dobra e um seed monumental (bolha à vista?)

Na loucura da IA, valuation dobra e um seed monumental (bolha à vista?)


A inteligência artificial tem atraído atenção ao redor do mundo. E a corrida para não ficar de fora dessa onda tecnológica tem levado investidores a fazerem “loucuras”.

E não se trata de exagero. Na terça-feira, 21 de maio, dois exemplos ilustram o boom da inteligência artificial – e deixaram no ar um cheiro de bolha.

O primeiro caso aconteceu em São Francisco, no Vale do Silício. A Scale AI captou US$ 1 bilhão em rodada liderada pela Accel e com a participação de Nvidia, Amazon, Intel Capital, AMD e Meta.

Com o dinheiro novo, a Scale AI, que atua com rotulagem de dados, dobrou o seu valuation, que passou de US$ 7 bilhões, para US$ 14 bilhões.

No mesmo dia, em Paris, a H, que antes era conhecida como Holistic AI, anunciou uma rodada seed de US$ 220 milhões (isso mesmo, não está faltando uma vírgula para diminuir o valor).

No Brasil, as rodadas seed ficam na casa dos R$ 5 milhões. Internacionalmente, é raro quando o cheque ultrapassa os US$ 10 milhões.

A H, que trabalha em novos modelos de IA, conseguiu esse volume de dinheiro por conta da equipe de fundadores. Charles Kantor, cofundador e CEO da startup, era pesquisador universitário em Stanford. E os outros quatro fundadores trabalharam anteriormente para a DeepMind, a empresa de IA do Google.

Quem fez essa aposta monumental foram fundos de venture capital, como a Accel (mais uma vez). Mas também bilionários e seus family offices, como Eric Schmidt (ex-CEO do Google), Xavier Niel, Yuri Milner, Bernard Arnault (via Aglaé Ventures) e Motier Ventures (o family office dos proprietários do Grupo Galeries Lafayette).

O que essas duas empresas têm em comum é o fato de terem a inteligência artificial no seu modelo de negócios, o que tem feito os valuations e os cheques subirem.

E as duas startups não são casos únicos. Na semana passada, a americana CoreWeave, que atua com serviços de computação em nuvem e tem acordo com Nvidia, conseguiu um financiamento de US$ 7,5 bilhões com Blackstone, Carlyle e BlackRock.

“É um financiamento monumental em termos nominais, mas também é um financiamento monumental em termos da medida em que isso vai impulsionar a empresa”, disse, na ocasião, Michael Intrator, CEO da CoreWeave. Com o dinheiro, o objetivo é dobrar o número de data centers que possui.

Além disso, a OpenAI e a Anthropic (a rival europeia do ChatGPT) levantaram bilhões de dólares nos últimos 12 meses da Microsoft, Amazon e Google. E Elon Musk, o dono de Tesla, SpaceX e Twitter, está em processo de arrecadar até US$ 6 bilhões de investidores para seu próprio negócio, o xAI

“Não dá para dizer que é uma bolha”, diz um investidor brasileiro que o NeoFeed conversou. “Mas, como em toda nova onda, há exageros.”

Outro investidor faz uma ponderação. “É algo muito incerto o que efetivamente é o potencial financeiro de um belo produto de IA no longo prazo. Mas tudo indica que há potencial tsunami de transformação. Por isso, os valuations super altos, além de ter um custo enorme em processamento computacional.”

A única certeza, ao menos, por enquanto, é que o dinheiro seguirá “jorrando” para as empresas de inteligência artificial.





Fonte: NeoFeed

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