A The Eras Tour, turnê mundial da cantora americana Taylor Swift, tem se mostrado um fenômeno, não apenas ao atrair multidões e arrecadar, até agora, mais de US$ 1 bilhão em bilheteria. Ela também é um evento de cunho econômico, capaz de influenciar até a política monetária dos países.
É o que pode ocorrer no Reino Unido, onde a cantora tem apresentações marcadas até domingo, 23 de junho, além de outros shows em Londres em agosto.
Segundo uma análise do banco de investimentos TD Securities, com a previsão de que centenas de milhares de swifties, como são chamados os fãs da cantora, irão à capital para ver a última parte da turnê britânica, resultando em um forte aumento do consumo na cidade, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) pode ter que adiar o corte dos juros.
“Ainda prevemos que o BoE realize um corte nos juros em agosto, mas os dados de inflação para o mês [de agosto] podem fazer o MPC (Comitê de Política Monetária) esperar em setembro”, diz trecho da análise do banco, de acordo com o site CNBC.
O mercado estima que o BoE comece a reduzir em breve a taxa básica de juros, que está em 5,25%, maior patamar em quase 16 anos. Segundo um levantamento realizado pela Reuters, um total de 63 de 65 economistas consultados projetam o início da redução dos juros em agosto.
Já o corte na reunião de setembro é uma incógnita, segundo a análise do TD Securities, considerando o possível impacto que a parte final da turnê de Taylor Swift pode ter nos dados de inflação de agosto, levando em conta o peso de Londres.
“Um aumento nos preços dos hotéis poderá ser material, adicionando temporariamente até 30 pontos base à inflação dos serviços”, diz trecho da análise.
O impacto econômico da Eras Tour não está limitado ao Reino Unido. Ele tem sido um fenômeno em vários países por qual passou, a ponto de ganhar apelidos como “Swiftflation” e “Swiftonomics”, em referência ao aumento da demanda por hotéis, voos e alimentação nas cidades das apresentações.
Em Edimburgo, Escócia, por onde a turnê pelo Reino Unido começou, os shows e gastos associados adicionaram cerca de 77 milhões de libras esterlinas (US$ 98 milhões) à economia local, segundo o governo da cidade.
De acordo com o TD Securities, os dados apontaram para um aumento “maior que o normal” nos preços dos hotéis na capital escocesa durante a visita de Swift.
O fenômeno da “Swiftflation”, porém, está com prazo para acabar. Durante o show realizado em Liverpool, na quinta-feira, 13 de junho, Swift disse ao público que ela deve encerrar a turnê em dezembro.