O que três bancos viram para mexer no preço-alvo da JBS

O que três bancos viram para mexer no preço-alvo da JBS


Quase 24 horas depois de o Bank of America (BofA) anunciar a elevação do preço-alvo das ações da JBS, outros dois bancos seguiram pelo mesmo caminho, após a companhia de alimentos apresentar resultados robustos no segundo trimestre, indicando boas perspectivas para o segundo semestre.

Tanto o BTG Pactual como o BB Investimentos elevaram seus preços-alvo para R$ 47, de R$ 35 e R$ 32 estabelecidos anteriormente, respectivamente, representando um potencial de valorização acima de 30% em relação aos patamares atuais em que as ações são negociadas. O BofA revisou o preço-alvo de R$ 40 para R$ 45, com todos os bancos com recomendação de compra.

Para os analistas de BB Investimentos e BTG Pactual, a diversificação de negócios e de geografia da JBS são fatores essenciais para a companhia lidar com eventuais problemas em alguns dos segmentos em que atua.

“A JBS se destaca como a empresa de proteínas mais diversificada em nosso universo de cobertura, e isso está provando ser uma força crítica”, diz trecho do relatório do BTG, assinado pelos analistas Thiago Duarte e Guilherme Guttilla.

Atualmente, a principal questão da companhia está nos Estados Unidos, em que a disponibilidade de bovinos recuou para os menores níveis em quase 70 anos e a inflação do país está em patamares historicamente elevados. No segundo trimestre, a JBS Beef North America registrou uma queda de 65,1% do Ebitda ajustado no segundo trimestre, em base anual, para R$ 151 milhões.

Mesmo sendo um dos principais negócios da empresa em termos de receita, a situação não preocupa. “Apesar de enfrentar desafios no seu segmento principal, de carne dos Estados Unidos, cujas margens foram apertadas devido a um ciclo difícil, a JBS conseguiu entregar resultados globais sólidos [no segundo trimestre]”, complementa.

A JBS fechou o segundo trimestre com um lucro líquido de R$ 1,7 bilhão, revertendo o prejuízo registrado no mesmo período de 2023. A receita líquida cresceu 12,6%, para R$ 100,6 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado avançou 121,1%, para R$ 9,9 bilhões.

Eles afirmam que a JBS está se beneficiando dos resultados recordes da parte de aves, com a Pilgrim’s Pride Corporation (PPC) e a Seara aproveitando os spreads excepcionalmente altos dos mercados americano e brasileiro.

Os analistas do BTG Pactual e do BB Investimentos apontam ainda para os bons resultados oriundos do ciclo pecuário favorável no Brasil e na Austrália, compensando o mau momento dos Estados Unidos e colhendo margens elevadas, e o segmento de suínos americanos, em que a margem permanece na casa dos 10% há mais de uma década.

O cenário fez os analistas do BTG Pactual revisarem para cima as projeções para os resultados deste ano. A expectativa para o lucro ajustado subiu em 13,7%, para R$ 7,2 bilhões. A receita foi elevada em 7,5%, para R$ 402,6 bilhões, e o Ebitda ajustado esperado passou para R$ 32,4 bilhões, aumento de 23%.

Para Georgia Jorge, analista do BB Investimentos, o desempenho permitirá a redução da alavancagem financeira projetada para 2024 e 2025.

“O forte desempenho operacional e de geração de caixa também está contribuindo para a redução da alavancagem financeira da companhia que, ao final de 2023, encontrava-se em patamar elevado de 4,3 vezes o Ebitda dos últimos 12 meses e que, ao final do segundo trimestre, foi reduzida para 3,1 vezes, com perspectiva de atingir 2,0 vezes ao final deste ano”, diz trecho do relatório.

Por volta das 15h30, as ações da JBS subiam 1,25%, a R$ 36,58. No ano, o papel JBSS3 acumula alta de 45,01%, levando o valor de mercado a R$ 80,9 bilhões.



Fonte: NeoFeed

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