Dois momentos da Nvidia: o tombo da ação e a venda de Jensen Huang

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A Nvidia, empresa de tecnologia que responde por 90% das vendas de chips relacionados à inteligência artificial (IA), e seu CEO e fundador, Jensen Huang, viveram uma semana de fortes emoções que diz muito sobre o peso e dinheiro movimentados pelo segmento de IA.

Um documento apresentado na quinta-feira, 5 de setembro, à Comissão de Valores Imobiliários (SEC, na sigla em inglês) revela que o CEO da empresa vendeu, desde junho, mais de US$ 633 milhões em ações da Nvidia que estavam em seu poder. O montante representa quase 5,3 milhões de ações, em parcelas de 120 mil ações cada, em uma série de transações realizadas entre 13 de junho e 4 de setembro.

O anúncio ocorreu dois dias depois das ações da Nvidia encerrarem o pregão na Nasdaq com uma queda de 9,53%, o que levou a empresa a perder US$ 278,9 bilhões em valor de mercado num único dia – recorde na história de Wall Street.

Esse tombo aparentemente parece não ter pesado no bolso de Huang. As vendas, que pareceriam à primeira vista suspeitas – as ações da empresa entraram numa trajetória de queda desde o pico de valorização, em 18 de junho -, na verdade fazem parte de um plano de negociação pré-determinado que Huang apresentou à SEC em março e que prevê um total de venda de 6 milhões de ações até 31 de março de 2025.

O planejamento de venda de ações de Huang indica que ele se antecipou à queda dos papeis de empresas de tecnologia nas bolsas dos últimos dois meses, reflexo da desconfiança do mercado de que os gastos com IA não serão justificados, a menos que a demanda por parte de companhias que não sejam de tecnologia comece a crescer.

Huang é o maior acionista individual da Nvidia. De acordo com dados da FactSet, em 9 de agosto, ele detinha cerca de 3,5% das ações em circulação da empresa. Sua riqueza pessoal acompanhou o salto de valorização da Nvidia – desde 2019, as ações da empresa dispararam 3.000%.

Após o tombo desta semana, a Nvidia está avaliada agora em US$ 2,64 trilhões, mas suas ações ainda acumulam uma valorização de 116% em 2024. Huang tem uma fortuna pessoal de US$ 94,2 bilhões – um aumento de US$ 50 bilhões no acumulado do ano -, de acordo com o Bloomberg Billionaire’s Index, que o classifica como a 18ª pessoa mais rica do mundo.

Desde 2020, Huang vendeu no total US$ 1,4 bilhão em ações da empresa. O CEO não está sozinho nessa estratégia de desfazer dos papeis da empresa com certa frequência. Levantamento da Bloomberg mostra que outros executivos e altos funcionários da Nvidia venderam mais de US$ 1 bilhão em ações este ano.

A informação ajuda a explicar a baixa taxa de rotatividade da empresa, de 5,3% – bem inferior à média do setor, de quase 18% -, e a grande quantidade de Porsches e Lamborghinis no estacionamento da sede da Nvidia em Santa Clara, na Califórnia.



Fonte: NeoFeed

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