A segurança nas transações financeiras evoluiu das senhas numéricas para a biometria. E mesmo as características físicas das mãos, dos dedos e facial estão sendo superadas por um tipo mais complexo de identificação: a biometria comportamental.
Com forte investimento em inteligência artificial, a Mastercard tem usado padrões de comportamentos para evitar fraudes. Durante o NeoConference, evento do NeoFeed, Marcelo Tangioni, presidente da Mastercard Brasil, explicou como essa tecnologia tem sido aplicada para a proteção dos dados em uma transação.
A geolocalização, a angulação que o cliente segura o celular, a maneira como ele digita senhas com um dedo ou dois e — acredite — até se ele costuma errar o próprio código por teclar rápido demais são comportamentos que ajudam a companhia a ser mais assertiva na hora de autorizar ou bloquear transações.
Na semana passada, a Mastercard anunciou a aquisição da empresa de análise de ameaças digitais e cibersegurança Recorded Future por cerca de R$ 15 bilhões. E os investimentos em inteligência artificial devem escalar, porque os serviços de valor agregado, que incluem prevenção de fraudes e ataques cibernéticos, têm impacto direto na receita da companhia.
“Mais de um terço do nosso resultado global vem de serviços de valor agregado, muitos deles utilizando tecnologia de inteligência artificial”, diz Tangioni.
Os dados dos clientes também viraram peça-chave. Exemplo disso é o programa de fidelidade do McDonald’s, cuja infraestrutura foi completamente desenvolvida pela Mastercard. A solução permite aos cadastrados ter acesso a ofertas customizadas de acordo com seus hábitos de consumo.
“Hoje, temos (como clientes) locadoras de automóveis, hospitais. Estamos apostando na diversificação não só da gama de serviços, mas da gama de clientes”, contou Tangioni.