Em dobradinha com BTG Pactual, JHSF crava a bandeira Fasano em Cascais

The Oitavos aérea


Punta del Este, Miami, Nova York, Londres, Sardenha e… Cascais. A JHSF acaba de anunciar o novo destino onde cravará a bandeira Fasano. Em um negócio conjunto com o BTG Pactual, a companhia focada no segmento de alta renda vai assumir a operação do sofisticado The Oitavos, uma joia da hotelaria em Portugal, que vai mesclar o serviço de hotel e residências.

O hotel, que será rebatizado de Fasano Cascais, vai passar por um processo de reconstrução comandado pelo arquiteto português Miguel Saraiva e deverá ficar pronto entre o fim de 2027 e o primeiro semestre de 2028. “Esse projeto será um ícone em Portugal”, diz Augusto Martins, o CEO da JHSF, ao NeoFeed. “A localização é incrível e está conectado com a nossa expansão internacional.”

O negócio abre espaço também para uma dobradinha que pode se tornar recorrente entre a JHSF e o BTG Pactual na Europa. Afinal, o banco de André Esteves está investindo pesado em real estate no Velho Continente e precisa de uma marca forte como a do Fasano para atrair mais investidores aos seus fundos no segmento. “A ideia é fazer outros juntos”, diz Martins.

Indagado sobre isso, Michel Wurman, sócio responsável pela área de real estate do BTG Pactual, diz que “se fosse para fazer só um nem teriam começado”. “São duas máquinas muito grandes”, afirma ao NeoFeed. E avisa. “A gente tem hoje 500 milhões euros investidos em real estate em Portugal e vamos investir na Espanha, já estamos olhando imóveis no país.”

O The Oitavos foi comprado pelo BTG Pactual, em abril deste ano, em um negócio de 160 milhões de euros entre aquisição e retrofit, como revelado com exclusividade pelo NeoFeed na época. Ricardo Borgerth, sócio e head de wealth management do BTG na Europa, explica que a marca da JHSF vinha sendo pedida pelos clientes do banco. “Os investidores do fundo queriam que o produto fosse Fasano”, diz ele. “É uma chancela muito grande.”

Localizado em uma das áreas mais cobiçadas de Cascais, na Quinta da Marinha, o hotel conta com campo de golfe, fica de frente para o mar e é relativamente novo – foi construído em 2010 pela família Champalimaud, uma das mais tradicionais de Portugal. A aquisição do The Oitavos foi feita por meio de um fundo específico que levantou US$ 100 milhões entre clientes do banco que vivem na Europa e nos Estados Unidos.

Agora, tudo terá o padrão de qualidade, arquitetura e gastronomia Fasano. Serão 98 quartos hoteleiros, 25 apartamentos residenciais com dois quartos e outros 44 com áreas que vão de 200 metros quadrados a 400 metros quadrados. Os preços devem variar entre 2 milhões de euros e 10 milhões de euros.

O negócio casa muito bem com a estratégia de internacionalização que vem sendo adotada pela JHSF com a marca Fasano. O próprio Zeco Auriemo, chairman da companhia, já disse ao NeoFeed que a companhia vai focar no segmento de hotelaria nas cidades destinos do público de alta renda para se tornar uma referência global.

Com a chegada do Fasano Cascais, a JHSF conta agora com seis operações fora do Brasil. Martins diz que muitos outros virão pela frente. “Nosso objetivo é ter 20 unidades internacionais, nos principais destinos buscados pelo nosso público de alta renda”, afirma. “Abrir operações no exterior nos dá orgulho e traz renda recorrente em moeda forte”, afirma.

O executivo explica que hoje boa parte dos clientes que frequentam os hotéis da rede já é formada por estrangeiros. “Em Nova York, mais da metade são de outras nacionalidades. O nosso restaurante lá foi premiado como o melhor italiano da cidade pela Gambero Rosso.”

É também mais um tijolo colocado no pilar que vem sendo construído no mandato do CEO Augusto Martins: a receita recorrente. E, ao que parece, tem dado certo. Os resultados do segundo trimestre, o mais recente disponível, mostram que a JHSF reportou um lucro líquido consolidado de R$ 168,8 milhões, alta de 59,5% sobre igual período, um ano antes.

E a receita líquida dos negócios de renda recorrente foi de R$ 284,2 milhões, uma expansão anual de 24,8%. Enquanto o lucro líquido no segmento teve um salto de 414,5%, para R$ 78,8 milhões. Nesse ponto, a área de hotelaria e gastronomia tem sido fundamental. Ela representou 39% da receita bruta dos negócios de renda recorrente.

As prévias operacionais do terceiro trimestre, divulgadas nesta semana, mostram que a estratégia tem sido acertada. As vendas em shoppings tiveram um incremento de 25,3% em relação ao terceiro trimestre de 2023; na hotelaria, a receita por quarto disponível cresceu 22,2%; na gastronomia, salto de 11%. “Os números de renda recorrente vieram expressivos”, diz Martins. A julgar pelos novos passos da JHSF, vem mais por aí.





Fonte: NeoFeed

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