Gerdau corta custos, lucro cresce e ações disparam

Gerdau corta custos, lucro cresce e ações disparam


A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, reportou os resultados do terceiro trimestre de 2024 com receita líquida de R$ 17,4 bilhões com a venda de 2,8 milhões de toneladas de aço. O lucro líquido ajustado foi de R$ 1,4 bilhão, 52% maior que no trimestre anterior. Já em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, houve uma queda de 14,8%.

O resultado foi possível por conta da redução de custos. Segundo a Gerdau, já foi capturado cerca R$ 1 bilhão em economia e o cumprimento do guidance de redução de R$ 1,5 bilhão está bem próximo de ser atingido.

A alavancagem da Gerdau está em 0,32x, menor patamar dos últimos 12 meses, favorecido pela forte posição de caixa. O fluxo de caixa livre está em R$ 3 bilhões, beneficiado pelo levantamento do depósito judicial, maior Ebitida e liberação de capital de giro. Como resultado, a dívida caiu de R$ 5,9 bilhões para R$ 3,7 bilhões.

Com margem Ebitda ajustada de 17,4%, o Ebitda ajustado foi de R$ 3 bilhões, resultado 15% maior que o do último trimestre, porém 10% menor que o do mesmo período do ano anterior, mas 7% acima das expectativas de mercado.

“O Ebitda e a margem Ebitda da operação de negócio Brasil tiverem o melhor desempenho dos últimos oito trimestres, resultados que já refletem os movimentos de readequação de nossas operações no Brasil em busca de maior competitividade e maior eficiência operacional, bem como uma forte disciplina na gestão de custos em todas as nossas unidades de negócio”, afirmou Rafael Japur, CFO da Gerdau.

Analistas do Santander, Itaú e Goldman Sachs destacaram que o resultado veio acima de seus expectativas.

O forte resultado da companhia diminuem a preocupação dos investidores em relação a queda de preço do aço e redução de produção nos Estados Unidos. As ações da empresa subiam quase  6% na B3 por volta das 12 horas.

Agora, as atenções estão para o impacto da vitória de Donald Trump, que, no seu último governo, aplicou medidas protecionistas duras no mercado de aço. O que não é uma má notícia para a Gerdau, que tem uma forte produção nos Estados Unidos e praticamente não exporta para lá.

“Os acordos comerciais para o aço serão revistos no ano que vem e acreditamos que nossas operações americanas possam se beneficiar disto, assim como de uma demanda maior por aço na região, já que Trump promete alavancar o setor industrial”, disse Gustavo Werneck, CEO da Gerdau.

Por outro lado, o aumento de importação de aço no País é uma grande preocupação da Gerdau. O CEO da companhia afirmou na divulgação de resultados que está especialmente preocupado como a chegada da matéria-prima, que cresceu por Manaus, região que não está inclusa na tarifa de proteção de 25%.

O grande problema seria a China, que tem uma grande produção de aço que estava voltada para a sua construção civil, mas agora está exportando o excedente e inundando o mercado global com aço chinês.

“Temos que entender que esses estímulos que estão sendo dados na China é porque ela quer manter emprego e renda depois de um fim de ciclo em crescimento imobiliário que não irá acontecer mais. O governo precisa entender que se não revidar, o emprego vai diminuir no Brasil para ir para a China”, afirmou Werneck

O CEO da Gerdau acrescentou ainda que à medida que outros países estão aumentando as medidas protecionistas no mercado de aço para conter esse efeito, o aço chinês vai escoar mais ainda para o Brasil. Há conversas para que o governo federal aumente a tarifa de importação.

“Mesmo com a cota de 25%, a China tem conseguido vender aqui. Entendemos que o mínimo que deveria subir para impedir essa competição desleal é para 35%”, disse Werneck.



Fonte: NeoFeed

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