Dexco enxuga portfólio e deixa de atuar em chuveiros e torneiras elétricas

Dexco enxuga portfólio e deixa de atuar em chuveiros e torneiras elétricas


Controlada pela Itaúsa e dona de marcas como Deca, Duratex, Hydra e Portinari, a Dexco vem cumprindo um roteiro de reestruturação que ganhou força, em particular, em 2023, envolvendo suas três divisões de painéis de madeira, revestimentos cerâmicos e metais e louças sanitárias.

Essa última unidade está no centro de mais um passo desse turnaround. O grupo anunciou que vai deixar de atuar no segmento de chuveiros e torneiras elétricas em fato relevante divulgado na manhã desta quinta-feira, 29 de agosto.

Segundo a companhia, a decisão aprovada por seu Conselho de Administração integra o processo de “contínua avaliação estratégica” do seu portfólio de negócios, que busca priorizar segmentos de atuação que tragam mais sinergias em seus canais de venda e posicionamento de mercado.

A empresa observou que está avaliando alternativas para o negócio, com o apoio de uma assessoria especializada. E destacou que, até que esse processo esteja concluído, as operações de produção, venda e atendimento pós-venda seguirão ativas, incluindo a manutenção da rede autorizada e das peças de reposição.

O grupo ingressou no segmento de chuveiros e torneiras elétricas em 2012, a partir da aquisição da Thermosystem, empresa de Tubarão (SC). Já em 2015, a companhia reforçou esse portfólio com a compra da Corona.

Essas duas operações foram unificadas em 2018. Atualmente, o braço de chuveiros e torneiras elétricas mantém uma fábrica em Aracaju (CE), com capacidade de produção de cerca de 12 milhões de peças anuais, além de um centro de distribuição em Tubarão.

A divisão de metais e louças, por sua vez, faz parte do grupo desde 1972, quando a Deca foi incorporada à Duratex. E foi uma das que mais pesaram no balanço da companhia em 2023, com uma queda de 21,2% na receita líquida, para R$ 1,68 bilhão, e um Ebitda ajustado e recorrente negativo em R$ 15,6 milhões.

Já no segundo trimestre deste ano, a unidade apresentou sinais de melhora, ao reportar uma receita de R$ 535,1 milhões, alta anual de 13,6%, e um Ebitda ajustado recorrente de R$ 51,8 milhões, contra a cifra negativa nessa linha de R$ 2,58 milhões, um ano antes.

Impulsionada pela sazonalidade do período, a venda de chuveiros elétricos foi, inclusive, destacada no balanço como o componente que ajudou a compensar à retração na divisão de painéis e contribuísse para um avanço na receita líquida total do grupo.

Entretanto, além da questão da sazonalidade, a Dexco fez a ressalva de que o aumento das vendas no segmento, que apresentam um preço médio mais competitivo, foram a principal causa da queda no preço unitário da operação nesse intervalo.

Entre abril e junho, o grupo apurou uma receita líquida de R$ 1,99 bilhão, o que representou um crescimento de 2,1% sobre o número reportado em igual período de 2023. Já o lucro líquido teve um recuo de 40%, para R$ 94,4 milhões.

No mercado de capitais, porém, a notícia dessa quinta-feira parece não ter sido bem digerida. As ações da Dexco recuavam 2,44% por volta das 11h30 na B3, cotadas a R$ 8. No ano, os papéis recuam 0,86% e a companhia está avaliada em R$ 6,4 bilhões.



Fonte: NeoFeed

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