Equoterapia: atividade é aliada de pacientes neurológicos – 05/07/2024 – Equilíbrio


Em uma área de Roma, na Itália, que já serviu como campo para a prática do turfe, quatro cavalos e dois pôneis se movem em um ritmo muito mais lento do que o de corrida para ajudar pacientes neurológicos a recuperarem seus movimentos e confiança.

Com alças nas laterais de suas selas, os animais no Hospital San Giovanni Battista permitem que algumas pessoas deem seus primeiros passos hesitantes após traumas, derrames, doenças degenerativas, bem como a Covid longa.

“É uma sensação maravilhosa poder manter o equilíbrio, poder andar. É difícil, mas com o cavalo eu consigo fazer,” disse o ex-campeão de tiro Matteo Santopadre, que depende de uma cadeira de rodas após um coma de vários meses por conta de um acidente de carro.

O hospital nos arredores de Roma, onde o hipódromo da cidade costumava estar localizado, é o único na Itália a usar equoterapia —que permite movimentos que seriam mais difíceis de realizar em uma academia para melhorar a força muscular, equilíbrio e coordenação.

A atividade também promove conexões entre os animais e pacientes, que desenvolvem confiança e afeto por eles em uma abordagem gradual e sensorial com enormes benefícios psicológicos.

O programa do hospital, que funciona ao lado da reabilitação tradicional, está em funcionamento há alguns anos. Em 2023, envolveu mais de 600 pacientes.

A fisioterapeuta Giorgia De Santis diz que o fato de um cavalo “não julgar, não ter preconceitos” também ajuda na recuperação.

“Com sua respiração calma e tranquila e batimentos cardíacos lentos [o cavalo] envolve os pacientes e os leva a relaxar, baixar a guarda, se soltar. Torna tudo mais fácil para eles, mais acolhedor,” disse de Santis.

Giuliana Geatti e Paola Conto, ambas afetadas pela doença de Parkinson, dizem que a equoterapia ajuda com a autoconfiança e proporciona uma nova sensação de liberdade.

“O contato com o animal é excepcional. Porque ele sente o que você sente, sabe?,” disse Geatti, que se inclinou para frente para abraçar o pescoço do animal enquanto ainda estava em cima dele.



Fonte: Folha de São Paulo

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