Eve, da Embraer, “decola” fábrica com R$ 500 milhões do BNDES

Eve, da Embraer,


A Eve Air Mobility (Eve) anunciou nesta terça-feira, 15 de outubro, um contrato de financiamento de R$ 500 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento do Brasil (BNDES) para o desenvolvimento da fábrica de sua aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVTOL) em Taubaté, no estado de São Paulo.

Startup fruto de um spin-off da Embraer, a Eve é a aposta da fabricante brasileira no mercado ainda nascente dos chamados “carros voadores”, como as eVTOL ficaram mais conhecidas no mercado de mobilidade aérea urbana – com nicho potencial de US$ 23,4 bilhões até 2030, de acordo com a consultoria MarketsandMarkets.

“Este financiamento será fundamental para a instalação de nossa unidade de produção do eVTOL, que não apenas será a primeira do gênero no Brasil, mas também alimentada por energia limpa e renovável, alinhada ao nosso compromisso com a sustentabilidade”, afirma Johann Bordais, CEO da Eve, em comunicado.

O financiamento para a instalação da fábrica faz parte do programa BNDES Mais Inovação do banco de fomento e dá seguimento a uma parceria da Eve com o BNDES iniciada em 2022, com a aprovação de uma linha de crédito de R$ 490 milhões para apoiar o programa de desenvolvimento do eVTOL da Eve.

O financiamento é estruturado por meio de subcréditos de fontes nacionais e internacionais, incluindo os fundos em moeda estrangeira do banco, com um prazo de 16 anos. A Eve foi a primeira empresa do segmento de eVTOL a solicitar a certificação junto à Anac, agência reguladora da aviação civil.

Com uma produção total esperada para até 480 aeronaves por ano, a Eve planeja expandir a capacidade de produção do local em uma base modular, em quatro fases de 120 aeronaves cada. A empresa – que lançou seu primeiro protótipo em escala real em julho – possui o maior backlog do setor, com cartas de intenção (LOI) para 2.900 eVTOLs de 30 clientes em 13 países, representando um potencial de US$ 14,5 bilhões em receita.

Sua aeronave utiliza oito rotores dedicados para voo vertical e asas fixas para voar em cruzeiro, sem nenhuma alteração na posição desses componentes durante o voo. O conceito inclui um propulsor elétrico alimentado por motores elétricos duplos que fornecem redundância de propulsão para garantir os mais altos níveis de desempenho, segurança e baixos custos operacionais.

Concorrência de peso

A Eve ganhou asas em 2022, ao se fundir com a Zanite, uma Special Purpose Acquisition Company (SPAC), e abrir capital na Bolsa de Nova York – hoje, seu valor de mercado é de US$ 946,6 milhões.

Antes mesmo do anúncio do financiamento do BNDES, a empresa já vinha desenvolvendo a cadeia de fornecedores no entorno do seu eVTOL, assinando no início do ano acordos de longo prazo com players como a francesa Thales e a americana Honeywell, em áreas como sistema aéreo de dados e sensores.

No início do mês, a californiana Joby Aviation – concorrente da Eve – anunciou um aporte de US$ 500 milhões da Toyota. Com a injeção de recursos, a montadora japonesa, que já figurava entre os investidores da empresa, chega a um volume total de US$ 894 milhões aplicados na operação.

Fundada em 2009 e com capital aberto desde o ano passado, a Joby Aviation coleciona outros investidores de peso como BlackRock, Uber e Delta Airlines. Recentemente, a companhia anunciou seu terceiro modelo de eVTOL e iniciou a expansão da sua linha de produção na Califórnia, nos EUA, o que irá mais do que dobrar sua capacidade. A Joby tem valor de mercado de US$ 3,9 bilhões.



Fonte: NeoFeed

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