A Klubi, fintech de administração de consórcios, está reforçando sua operação com um cheque de R$ 45 milhões proveniente de uma rodada série A liderada pela L4 Venture Builder, fundo que tem a B3 como investidora, e pelo Vivo Ventures, que já investia na empresa.
A startup, que nasceu em 2019 e já originou mais de R$ 1 bilhão em créditos, também conta com sócios como Igah Ventures e Parallax Ventures, além de executivos da Cyrela e fundadores do iFood e 99 em seu board. No total, a empresa já levantou mais de R$ 110 milhões.
Com o dinheiro, a Klubi quer aumentar o número de consórcios concebidos para o segmento de imóveis, setor que é responsável pela maior fatia da indústria. “Como toda startup, nós tivemos que escolher nossas batalhas no início, o que nos fez deixar os imóveis um pouco de lado”, afirma Eduardo Rocha, CEO e fundador do Klubi, ao NeoFeed. “Agora é a hora de investir para expandir essa categoria.”
Rocha explica que, para a companhia, ceder crédito para compras planejadas ou mesmo para a aquisição de veículos é muito mais simples pensando em prazos e posição de caixa. Os imóveis, por outro lado, exigiam maior investimento e consistência, algo que a Klubi vem conquistando.
Segundo o empreendedor, no primeiro momento, a ideia é aumentar o valor dos créditos cedidos para o segmento, além de expandir seus prazos de pagamento. Atualmente, o consórcio imobiliário Klubi atende entre R$ 100 mil e R$ 500 mil.
Para esse novo passo, a estrutura dos novos sócios será importante. “Os fundadores da L4 tem ampla experiência no mercado financeiro, com uma trajetória muito sólida do ponto de vista de relacionamento com o mercado”, diz Rocha. “Além disso, ter a B3 com apoio também é muito positivo, já que podemos contar com a sua estrutura na operação de diferentes créditos”.
Além de ampliar o portfólio, a Klubi também quer criar novos negócios com o aporte. E o primeiro segmento a ser explorado será o de seguros. Rocha afirma que a Klubi já tem sua própria corretora de seguros e que só faltava essa injeção de recursos para tirar a operação do papel.
“Esse é um negócio que tem muita sinergia com o consórcio e, uma vez que bem feito, ele gera fidelização e melhoria da experiência dos consumidores”, afirma o CEO da Klubi. “Existe seguro para todas as nossas categorias de produtos, como celular, viagem, moto, carro, imóvel e nos vamos explorar todas essas categorias, o que nos oferece uma oportunidade de crescimento de receita muito grande”.
A Klubi funciona nos modelos B2C e B2B2C, no qual tem empresas como Magazine Luiza, Localiza, PicPay, Kavak, iCarros, Vivo, OLX e Estapar como seus principais clientes. Para o próximo ano, a empresa prevê acrescentar mais 25 nomes na lista de parceiros.
Por meio dessas empresas, a Klubi conta com cerca de 50 mil clientes finais, com os quais atinge R$ 60 milhões de faturamento no ano, quatro vezes superior a receita de 2023.
Dentre os segmentos em que atua, o de compra planejada de celular, que foi lançado há um ano, tem o maior crescimento dentro da Klubi. A empresa superou 90 mil planos vendidos no período, gerando mais de R$ 300 milhões em créditos originados, com valores de crédito de R$ 1 mil até R$ 10 mil.
Na visão do empreendedor, essa categoria tem grande adesão por seu formato, que dá previsibilidade sobre o recebimento do dinheiro, diferentemente do que ocorre em outros segmentos do consórcio. Nesse caso, o valor total do crédito contratado é depositado na metade do prazo escolhido pelo consumidor, que gira entre 24 ou 36 meses, ou antes, por meio da antecipação das parcelas.
Com esse produto, a Klubi atende Vivo, PicPay, 99, Allied, WillBank, FinanZero, Geru e algumas outras empresas que vêm buscando aumentar sua exposição ao mercado. “Esse serviço de compra planejada trouxe muita tração para a companhia”, diz Rocha.
“Acreditamos que a originação do segmento de imóveis vai ser tão forte quanto a dos celulares, já que, apenas com um parceria que estamos assinando, conseguiremos gerar R$ 500 milhões de originação”, afirma o empreendedor.
Como resultado dessas iniciativas, a empresa projeta atingir uma carteira de R$ 10 bilhões em quatro anos. A fintech planeja também gerar caixa ao longo do primeiro semestre de 2025.