Jamie Dimon avisa: está chegando a hora de “pendurar o chapéu”

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CEO mais antigo de Wall Street, Jamie Dimon está no comando do J.P. Morgan desde 2005. Mas, ele convive há tempos com os questionamentos sobre quando planeja deixar a direção da operação. E, em boa parte das vezes, recorreu, com bom humor, ao mesmo prazo: em cinco anos.

O que parecia ser uma resposta padrão e protocolar ganhou, porém, uma nova versão nesta segunda-feira, 20 de maio, quando a pergunta foi refeita ao executivo de 68 anos, durante a realização do Investor Day do banco americano.

“O cronograma não é mais de cinco anos”, afirmou Dimon. Ele ressaltou que sua sucessão está bem encaminhada e deu a entender que sua aposentadoria pode acontecer antes do esperado pelo mercado.

O executivo não cravou, porém, uma data para o fim da sua gestão e não deu muitos detalhes sobre o processo. Mas ressaltou que a escolha de quem vai substituí-lo está “bem encaminhada”, com uma boa possibilidade de o sucessor vir das fileiras do próprio banco.

Entre os nomes especulados em Wall Street como prováveis sucessores estão o de Jennifer Piepszak, codiretora do banco comercial e de investimentos do J.P. Morgan, e de Marianne Lake, head da unidade de banco de consumo da operação.

Chief operating officer (COO) do banco, Daniel Pinto também costuma figurar nessa relação de candidatos. Mais recentemente, o trio ganhou a companhia de Troy Rohrbaugh nessa lista. Ele surgiu como uma nova opção – e um “azarão” – após ser nomeado codiretor do banco comercial e de investimentos.

Embora tenha dado indícios mais claros sobre a sua saída, Dimon destacou que ainda “tem a energia de sempre” e acrescentou que a decisão final acerca da sua sucessão – e mesmo de quando ele deixará efetivamente o cargo – está nas mãos do conselho de administração do J.P. Morgan.

Independentemente dessa data, o executivo deixa um legado importante no comando da operação. Em sua gestão, o J.P. Morgan se tornou o maior banco dos Estados Unidos. Segundo o The Wall Street Journal, as ações da empresa valorizaram mais de 700%, contra um índice de cerca de 500% do S&P 500.

Durante o Investor Day, Dimon destacou o crescimento do banco nos últimos dez anos e projetou R$ 91 bilhões em receita líquida com juros em 2024, US$ 1 bilhão acima do estimado anteriormente, graças à probabilidade crescente de o Federal Reserve (Fed) não reduzir as taxas de juro nesse ano.

Ele observou, no entanto, que está “cautelosamente pessimista” em relação à economia global, diante de questões como as tensões geopolíticas em Taiwan e a redução, pelo Fed, de US$ 7,7 trilhões em títulos e outros ativos em cerca de US$ 80 bilhões por mês.

Dimon acrescentou ainda que as ações do J.P. Morgan estão com a cotação elevada e disse que o banco não vai usar um volume de US$ 342 milhões em lucros retidos em caixa para a recompra de papéis.

Na Bolsa de Nova York, as ações do J.P. Morgan encerraram o pregão da segunda-feira cotadas a US$ 195,58, o que representou uma queda de 4,5%. No acumulado de 2024, os papéis registram, porém, alta de 14,9%. O banco está avaliado em US$ 561,6 bilhões.



Fonte: NeoFeed

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