Kinea capta R$ 6,5 bilhões em fundos imobiliários em 2024 (e põe mais duas ofertas na rua)

Kinea capta R$ 6,5 bilhões em fundos imobiliários em 2024 (e põe mais duas ofertas na rua)


Em meio a um ano em que os juros começaram em queda e que termina com a curva na direção dos 14% (e o mercado apostando que, na próxima reunião, o Copom vai subir a taxa Selic em um ponto percentual), a Kinea mais que dobrou a captação para a sua estratégia de real estate.

A gestora de ativos alternativos controlada pelo Itaú Unibanco conseguiu captar R$ 6,5 bilhões em 2024, alta de 124,8% na comparação com o ano passado, segundo dados de ofertas realizadas pela Kinea. E esse número pode crescer ainda mais.

Duas ofertas estão perto de serem concluídas, com o objetivo de captar mais R$ 200 milhões. A ideia é levantar esse valor para a tese de desenvolvimento imobiliário de um residencial de alto padrão em São Paulo, uma estratégia que a Kinea vem apostando nos últimos anos.

Essa nova captação está sendo feita em duas ofertas de R$ 100 milhões cada, que devem ser concluídas até 16 de dezembro. Segundo apurou o NeoFeed, uma das ofertas está sendo oferecida para family offices. A outra mira um público com investimentos acima de R$ 1 milhão.

“Essa é uma estratégia mais descorrelacionada da alta e baixa dos juros pois é voltada para o mercado de alto padrão, que é mais resiliente e tem capacidade de compra”, diz uma fonte que conhece os planos da Kinea.

O dinheiro captado será usado em um único ativo na região do Paraíso/Ibirapuera. O objetivo é construir um residencial de alto padrão com 110 apartamentos. Há uma pequena parcela do empreendimento reservada para studios.

Essa é a terceira captação, neste ano, para essa tese de desenvolvimento imobiliário focada em um único ativo – e a 14ª desde que a gestora começou a apostar nessa estratégia. Em 2024, a Kinea já levantou R$ 800 milhões nessa estratégia, cujos fundos têm prazo determinado.

Nesse caso, o prazo é de seis anos. O investidor entra no início do projeto, fornecendo o capital para começar a obra, que será feita em sociedade com a R. Yazbek. Depois de construído, conforme as unidades são vendidas, a gestora vai amortizando e distribuindo o lucro.

Com R$ 132 bilhões sob gestão, a tese de real estate é uma das principais da Kinea. A gestora tem aproximadamente R$ 35 bilhões nessa estratégia – sendo que boa parte desses recursos são em fundos de crédito, que contam com aproximadamente R$ 24 bilhões.

Neste ano, a Kinea conseguiu fazer duas ofertas que conseguiram levantar recursos na faixa de R$ 1 bilhão. A maior delas foi para a 10ª emissão do KNCR11, que captou R$ 1,2 bilhão. A outra, a 2ª emissão do KNHF11, atingiu R$ 998,5 milhões.

Apesar da alta dos juros, o mercado de Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) tem tido um bom ano – ao menos, no que diz respeito as captações, que estão em alta.

Até outubro deste ano (dado mais recente), os FIIs captaram R$ 39,9 bilhões, volume 32% acima do ano passado inteiro, segundo informações da Anbima, a associação que representa as entidades do mercado financeiro e de capitais.

Disputa acirrada

A concorrência tem sido cada vez mais acirrada na área de real estate. A gestora Patria, por exemplo, deu um grande salto ao longo deste ano através de vários movimentos inorgânicos. O primeiro deles foi a compra dos FIIs do Credit Suisse. O outro foi ficar com 100% da VBI.

No Brasil, a vertical de real estate do Patria passou a ter mais de R$ 21 bilhões sob gestão, segundo dados divulgados em agosto deste ano, quando incorporou a VBI. Está atrás apenas da Kinea e do BTG Pactual.

Outras gestoras estão buscando sócios no mercado, o que pode ajudar a movimentar o ponteiro dessas três empresas. Uma delas é a HSI. A outra a RBR Asset. Mas, segundo apurou o NeoFeed, a queda do valor das cotas dos fundos imobiliários e o cenário que projeta juros mais altos no Brasil têm esfriado negociações.

O IFIX, um índice que representa uma carteira teórica com os fundos imobiliários mais negociados do mercado, cai quase 10% em 2024 – a queda se acentuou a partir do fim de novembro, quando a frustração do mercado com o pacote fiscal anunciado pelo governo federal reprecificou diversos ativos – entre os mais afetados estão os FIIs.

Procurada, a Kinea não quis dar entrevistas para essa reportagem.





Fonte: NeoFeed

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