Um homem de 33 anos foi a segunda vítima de leptospirose após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul este mês. A primeira morte foi a de um homem de 67 anos, residente do município de Travesseiro, no vale do Taquari.
A vítima era moradora da cidade de Venâncio Aires, município no centro do estado. Segundo familiares confirmaram à Prefeitura local, o homem teve contato com as águas das enchentes, mas chegou a tomar cuidados necessários, como o uso de botas.
Na cidade, outras duas pessoas foram contaminadas, mas, de acordo com a Prefeitura, já se recuperaram. Outras 23 investigações laboratoriais estão em curso.
Venâncio Aires teve 56 notificações pela doença em 2023, das quais oito exames deram positivo, e não houve registro de mortes. Este ano, já são nove casos confirmados.
A leptospirose é uma das principais doenças que acontecem em casos de inundações, transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados.
Por isso, a orientação é que a população procure um serviço de saúde logo nos primeiros sintomas: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial na panturrilha) e calafrios. O contágio ocorre pelo contato da pele com a água contaminada ou por meio de mucosas.
Os sintomas surgem normalmente de cinco a 14 dias após a contaminação, podendo chegar a 30 dias.
No início do mês, a SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) recomendou o uso de remédios para a prevenção contra a leptospirose.
As pessoas expostas às águas das enchentes por período prolongado e equipes de socorristas de resgates e voluntários devem ser considerados de alto risco e elegíveis para o uso da quimioprofilaxia, segundo a entidade.
Para a prevenção, a indicação principal da organização foi a doxiciclina, administrada em dose única para adultos e com base no peso corporal, para crianças. A alternativa ao medicamento é a azitromicina, nas mesmas condições.