Lucro da JSL engata marcha ré no trimestre com impostos e custo de projetos travando a rodovia

Lucro da JSL engata marcha ré no trimestre com impostos e custo de projetos travando a rodovia


A JSL, empresa de logística que pertence à holding Simpar, viu seu lucro engatar a marcha ré no segundo trimestre de 2024. Impactada por um cenário econômico mais desafiador, pelo maior custo de impostos e por projetos mais caros no meio do caminho, a companhia lucrou R$ 107,2 milhões, queda de 47,8% em comparação ao mesmo período de 2023.

Ramon Alcaraz, CEO da companhia, minimizou, porém, essa queda, ao fazer a ressalva de que, do ano passado para 2024, a empresa perdeu o benefício de subvenção sobre o ICMS (Imposto Sobre Mercadorias e Serviços), o que, consequentemente, aumenta os custos da operação com os impostos.

“Embora pareça que o lucro caiu no período, em bases comparáveis com 2023 houve um aumento, já que perdemos o incentivo do ICMS, que era feito com base nos nossos investimentos e deixou de ser praticado em janeiro deste ano”, diz Alcaraz. “Quando tiramos esse efeito, temos uma alta de 21% no lucro do trimestre.”

Nessa linha, a receita líquida da JSL atingiu R$ 2,1 bilhões, crescimento de 16,5% em relação ao mesmo período de 2023. Para o CEO, esse valor representa um grande avanço, visto que o semestre foi marcado pela tragédia no Rio Grande do Sul, que, apesar de não afetar diretamente as operações da JSL, mexeu com sua logística em geral.

“Nós não operamos diretamente com muitas empresas do Rio Grande do Sul, mas o setor como um todo foi bastante afetado, já que os fornecedores estavam incapacitados de operar e distribuir seus produtos, impactando na nossa cadeia de produção como um todo”, afirma Alcaraz.

Mesmo assim, a companhia fechou R$ 1,3 bilhão em novos contratos, com prazo médio de 70 meses, que, somados aos R$ 1 bilhão do primeiro trimestre deste ano, totalizam R$ 2,3 bilhões em receita contratada para os próximos meses. “Esses contratos garantem que a empresa seja rentável também nos próximos meses”, comenta o CEO.

Para os projetos que já estão em andamento, a JSL utilizou um capital de R$ 151,4 milhões no trimestre, visando a aquisição de equipamentos. No período, a empresa manteve a dívida em 3x o Ebtida, como informado no guidance. O montante chegou a R$ 5,3 bilhões. Já o Ebitda da companhia foi de R$ 398,2 milhões.

Agora, a JSL está focando na expansão territorial. A companhia chegou a Gana nos últimos meses e tem a expectativa de que o país abra caminhos para outras regiões próximas com potencial para sua operação. “Gana tem uma linha de consumo muito baixa e oportunidades gigantes de crescimento, além de estar próxima a divisa com a Europa e com países maiores, como a Nigéria”, diz Alcaraz.

Com esses dados, as expectativas para os próximos meses são mistas. “Historicamente, o segundo semestre é mais fraco para nós”, diz Alcaraz. “E, com as previsões da taxa Selic alta por mais tempo, é possível que o período seja mais desafiador. Mesmo assim, nós acreditamos que o ano será positivo como um todo, já que não chove só para nós e sim para a economia inteira”, afirma Alcaraz.



Fonte: NeoFeed

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