Morre homem que recebeu transplante de rim de porco – 12/05/2024 – Equilíbrio e Saúde


O primeiro humano a receber um transplante de um rim de porco geneticamente modificado morreu. O Hospital Geral de Massachusetts, em Boston (EUA), onde o procedimento havia sido realizado, fez o anúncio neste sábado (11).

Em um comunicado, o hospital afirmou que não há indicação de que a morte de Richard Slayman, 62, seja decorrente do transplante. Ainda segundo a instituição, ele sempre será visto como um símbolo de esperança para inúmeros pacientes transplantados em todo o mundo.

“Somos profundamente gratos por sua confiança e disposição em avançar no campo da xenotransplantação”, afirmou o hospital.

Slayman passou pela cirurgia inédita em 16 de março deste ano. A operação se estendeu por quatro horas. A equipe médica foi liderada pelo nefrologista brasileiro Leonardo Riella, diretor-médico do centro de transplante de rim da unidade.

Duas semanas depois da cirurgia, ele teve alta. Na ocasião, ele agradeceu aos médicos e enfermeiros. “Hoje, marca um novo começo não apenas para mim, mas também para eles”, afirmou.

O rim, fornecido pela eGenesis, era de um porco geneticamente editado. Cientistas retiraram três genes que poderiam causar a rejeição do órgão e adicionaram sete genes humanos para melhorar a compatibilidade. A empresa de biotecnologia também inativou vírus com potencial para infectar humanos.

Antes, em 2018, o paciente havia recebido um transplante de rim humano no mesmo hospital, encerrando sete anos de diálise. Mas, passados cinco anos, o novo órgão falhou e ele teve de retomar a diálise.

Ele optou pelo procedimento experimental porque tinha poucas opções. Além disso, estava tendo dificuldades com a diálise devido a problemas com seus vasos sanguíneos e enfrentava uma longa espera por um rim.

Dois transplantes de órgãos anteriores de porcos geneticamente modificados falharam. Ambos os pacientes receberam corações e ambos morreram algumas semanas depois. Em um paciente, houve sinais de que o sistema imunológico havia rejeitado o órgão, um risco constante.



Fonte: Folha de São Paulo

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