Na Vale, repactuação de concessões ferroviárias é mais um passo para “volta aos trilhos”

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A Vale fechou um acordo com o Ministério dos Transportes para repactuar os contratos das concessões da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM).

Nos termos estabelecidos dentro desse processo, que envolvem a prorrogação antecipada dos contratos até 2057, a companhia se comprometeu a investir um valor máximo de cerca de R$ 11 bilhões nesses projetos, o que resultou numa provisão adicional de R$ 1,7 bilhão referente a concessões ferroviárias.

A Vale ressaltou em comunicado que, uma vez finalizada, a repactuação trará “definitividade” às suas obrigações e investimentos nas duas concessões ferroviárias. E, em um sentido mais amplo, o BTG Pactual entende que, com o anúncio, a empresa dá mais um passo para voltar aos trilhos.

Em relatório, o banco ressalta que o acordo mostra que os esforços da nova gestão da empresa estão dando frutos. Além de destacar que a iniciativa tira um peso sobre a companhia, ao eliminar uma das últimas pendências da Vale e abrir caminho para um “novo começo” em 2025.

“Em nossa visão, isso posiciona a empresa em uma base ‘mais limpa’ para 2025, trazendo de volta a tese de investimento aos fundamentos – uma mudança bem-vinda”, escrevem os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi.

A dupla frisa que os valores estabelecidos estão em linha com as expectativas do mercado. E aponta que o montante cobre todos os investimentos necessários, ao mesmo tempo em que garante uma resolução consensual das obrigações contratuais, incluindo o Tribunal de Contas da União (TCU).

Segundo o BTG, além da repactuação das concessões ferroviárias e do ajuste “modesto” nas provisões, há outros movimentos positivos recentes no percurso da Vale. Entre eles, os avanços conquistados no acordo da Samarco.

Em contrapartida, o banco mantém a recomendação neutra para o papel, com um preço-alvo de US$ 11 para as ADRs da Vale. Os analistas seguem vendo o fluxo de caixa livre da operação pressionado no curto prazo e um potencial de dividend yield relativamente baixo em 2025, na faixa de 5% a 7%.

“Estamos optando por esperar por maior clareza em um ambiente mais amplo do top down antes de fazer quaisquer mudanças significativas”, escrevem os analistas no relatório.

Eles acrescentam que o cenário macroeconômico da China segue vulnerável, apesar das discussões recentes em torno de estímulos, o que adiciona pressão em todo o setor de siderurgia e cria uma sobrecarga significativa para os preços do minério de ferro.

“Ainda temos dificuldade para ver um upside substancial no valuation, com as ações sendo negociadas a 4 vezes o Ebitda em 2025”, diz outro trecho do relatório, que projeta mais “revisões negativas” para a empresa nesse ano.

As ADRs da Vale estavam sendo negociadas com queda de 0,90% no pre-market da Bolsa de Nova York por volta das 9h20 (horário local). E acumulam uma desvalorização de 29,9% nos últimos doze meses. A empresa está avaliada em US$ 37,8 bilhões na bolsa de valores americana.

Na B3, o papel VALE3 acumula 29,5% de desvalorização em 12 meses. E está sendo negociado na casa de R$ 54,30 no primeiro pregão de 2025.



Fonte: NeoFeed

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