Posts sugerindo uma nova pandemia, agora da influenza aviária, têm circulado nas redes sociais, gerando preocupação entre os leitores. Contra uma possível onda de pânico e desinformação, a seção Comprova Explica, do Comprova, traz detalhes sobre a doença e mostra que, ao contrário do que sugerem algumas publicações virais, os casos em humanos são isolados, como esclareceu a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).
A gripe aviária é uma doença viral que pode infectar aves e mamíferos, incluindo humanos. Segundo a Omsa (Organização Mundial da Saúde Animal), desde 2022, a região das Américas enfrenta uma epidemia de influenza aviária de alta patogenicidade (Iaap) —que produz sintomas em praticamente todos os infectados—, associada ao vírus influenza subtipo A (H5N1) em aves domésticas e aves e mamíferos silvestres.
Os casos de infecção em humanos associados à epidemia nas Américas são isolados, com quatro relatados até o momento, sendo um no Equador, em janeiro de 2023, outro no Chile, em março do mesmo ano, bem como um nos Estados Unidos, em abril de 2022, e o mais recente, também no país norte-americano. Em 1º de abril, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) confirmou que uma pessoa no Texas foi infectada com o vírus da gripe aviária H5N1 após exposição a vacas leiteiras supostamente infectadas.
No Brasil, não há casos confirmados em humanos. O Ministério da Agricultura notificou à Omsa as primeiras detecções de influenza aviária em aves silvestres no Espírito Santo, em 15 de maio de 2023. Em 4 de outubro do mesmo ano, a pasta confirmou um foco de gripe aviária em leões-marinhos no Rio Grande do Sul. O registro mais recente foi feito em 5 de abril de 2024, no Rio de Janeiro, segundo o Ministério da Saúde.
Ainda segundo o ministério, a transmissão em humanos é rara, mas pode acontecer por meio de contato direto com aves infectadas ou pela inalação de secreções ou excreções de animais doentes.
Sem casos confirmados, a Omsa segue considerando o Brasil livre de IAAP nas aves comerciais, sendo seguro consumir carne, ovos e derivados, informou o ministério à reportagem.
Segundo a diretora do Laboratório de Virologia do Instituto Butantan, Viviane Botosso, os surtos da doença vêm ocorrendo em ondas desde o final da década de 1990, a depender das mutações do vírus H5N1. De acordo com a pesquisadora, a tendência, neste ano, é de uma redução no número de casos entre os animais, já que o pico foi registrado em 2023. “É um problema global, que começou em 2020 em países da Europa e da Ásia, e, recentemente, chegou à América.”
Leia o texto completo na seção no site do Comprova.
A investigação desse conteúdo foi feita por piauí, O Dia e BandNews FM e publicada em 11 de abril pelo Comprova, coalizão que reúne 42 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, Correio Baziliense, Estadão, SBT, SBT News e Estado de Minas.