Jensen Huang, cofundador e CEO da Nvidia, aumentou sua fortuna em US$ 49,6 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano apenas com a valorização das ações da multinacional de tecnologia que desponta como uma das vencedoras da corrida da inteligência artificial.
Mas, ao que tudo indica, a Nvidia – e a fortuna de Huang – estão longe do topo. De acordo com Beth Kindig, analista de tecnologia do I/O Fund, que é especializado em growth de empresas de tecnologia, a projeção é que a Nvidia chegue a um valor de mercado de US$ 10 trilhões em 2030 – um crescimento de 250% em seis anos.
A ação da Nvidia vem em uma escalada crescente. Neste ano, o papel acumula valorização de, aproximadamente, 260% (o S&P500 está em queda de cerca de 3% no ano). Em 2023, o papel negociado na Nasdaq mais do que dobrou de valor.
O valor de mercado da Nvidia ultrapassou US$ 2,8 trilhões e a empresa passou a ser a terceira maior do mundo, atrás de Microsoft (US$ 3,2 trilhões) e Apple (US$ 2,9 trilhões).
Para a analista do I/O Fund, o chip de próxima geração da Nvidia GPU Blackwell impulsionará outra etapa de crescimento massivo para a fabricante de chips, juntamente com sua plataforma de software CUDA e sua exposição ao mercado automotivo.
Kindig estima que o GPU Blackwell superará seu antecessor, o H100, e gerará receita de data center de US$ 200 bilhões até o final do ano fiscal de 2026 da Nvidia.
Em entrevista à CNBC, a especialista do I/O Fund afirmou que ainda é muito cedo para avaliar a Nvidia frente a tudo o que está por vir.
Kindig disse que as estimativas para o mercado total endereçável de data centers de inteligência artificial (IA) aumentarão para US$ 400 bilhões até 2027 e para US$ 1 trilhão até 2030. E serão em grande parte capturadas pela Nvidia e não por seus maiores concorrentes, AMD ou Intel.
“A Nvidia ficará com a maior parte disso”, disse Kindig, explicando que isso se deve em grande parte às ofertas de software integrados aos seus produtos de hardware.
Ela complementa: “Semelhante ao que ocorreu com o iOS, que prendeu as pessoas ao iPhone porque os desenvolvedores estavam desenvolvendo aplicativos para ele, A mesma coisa está acontecendo com a Nvidia. A plataforma CUDA é a IA que os engenheiros estão aprendendo a programar e isso ajuda a prendê-los. Essa combinação, no momento, estou chamando de fosso impenetrável.”
Para completar, Kindig disse que os chips de IA que estão sendo desenvolvidos internamente em empresas de tecnologia de grande porte como Amazon e Alphabet nunca competirão diretamente com a Nvidia.
“Eles não vão comercializar e vender chips da mesma forma que a Nvidia faz. A Nvidia tem uma pista aberta”, concluiu Kindig.