A consultoria Falconi, de Vicente Falconi, está “patrocinando” a fusão da Trust Cybersecurity, controlada por ela, e da GC Security, na qual detém uma participação minoritária, criando um player que pretende ser um one stop shop em segurança cibernética.
A nova empresa foi batizada de Vultus Cybersecurity Ecosystem. A transação está sendo feito via troca de ações entre as empresas. A Falconi terá uma fatia relevante, porém não majoritária, de acordo com Leonardo Muroya, CEO da Vultus, em entrevista ao NeoFeed.
Criada há dois anos como uma spinoff da Falconi, a Trust Cybersecurity atua como uma consultoria no tema de cibersegurança. A GC Security, com 15 anos de mercado, detém capacidades para avaliar o nível de segurança das empresas e sua efetividade. “Toda a parte de tecnologia e know-how de ciberataque e defesa está concentrada na GC”, diz Muroya.
As duas empresas já se conhecem desde 2020, depois que a Falconi e GC Security firmaram uma parceria que começou com a prestação de serviços por parte da GC, culminou em investimentos da consultoria de Vicente Falconi na companhia de cibersegurança até chegar à conclusão de que a união de forças poderia criar um player relevante.
A Vultus nasce com um faturamento aproximado de R$ 35 milhões e com cerca de 200 projetos em execução. O portfólio de clientes tem mais de 70 clientes dos mais diversos setores, como financeiro, agronegócio, saúde, varejo, telecomunicações e aviação. A empresa não revelou nomes, mas o NeoFeed apurou que Vivo, Grupo DPSP (das drogarias São Paulo e Pacheco) e Cosan são clientes da Vultus.
A previsão da Vultus é de atingir mais de R$ 100 milhões de receita em quatro anos, apostando em ser uma plataforma completa, que possui a capacidade de realizar toda a parte de governança, avaliação, trabalho de plano diretor de cibersegurança, junto com a capacidade de medição da efetividade.
O plano é que a Vultus atue de ponta a ponta no processo de estabelecimento das estruturas de cibersegurança. Desde a oferta de um serviço de consultoria, trabalhando temas como processos e governança e apoio na estratégia de gestão e proteção de dados das companhias da Trust, até a parte de implementação da parte técnica e medição da efetividade feita pela GC, via prestação de serviços e oferta de soluções próprias.
Segundo um levantamento divulgado pela própria Vultus, cerca de 42% das vulnerabilidades vistas nas empresas estão relacionadas a processos, enquanto 24% tem a ver com pessoas, como ausência de consciência de segurança. O restante tem a ver com tecnologia, com falhas indo desde inconsistências na estratégia de implantação e priorização de tecnologia até não saber se os sistemas instalados são de fato efetivos.
De acordo com Muroya, o mercado vem demandando cada vez mais soluções completas, de empresas que possam entregar o ciclo completo de cibersegurança, especialmente companhias que ainda precisam amadurecer seu conhecimento e capacidades de proteção cibernética. “Muitas empresas não têm visibilidade de seu risco cibernético, muito menos tem noção se os controles e os investimentos feitos são efetivos na proteção”, diz o CEO da Vultus.
A avaliação dele vem da experiência de alguém que dedicou praticamente toda a sua vida profissional ao tema de cibersegurança, trabalhando pelo lado das empresas. No currículo, ele conta com passagens como superintendente de cibersegurança do Santander e Chief Information Security Officer (CISO) do Banco BV até chegar para comandar a Vultus.
A fusão vem num momento em o avanço da digitalização colocou o tema cibersegurança como prioritário para muitas empresas, que tem ser alvo de hackers. A consultoria Mordor Intelligence estimou que o tamanho do mercado de cibersegurança no Brasil atingirá US$ 3,3 bilhões neste ano (R$ 18,5 bilhões) e deve apresentar uma taxa anual de crescimento composta (CAGR, na sigla em inglês) de 10,3% até 2029, até chegar em US$ 5,4 bilhões.
Além da oferta de serviços, a Vultus tem nos planos realizar M&As para ganhar musculatura, mas Muroya diz que a companhia não possui negociações neste momento.