O grupo Fleury tem uma confortável posição de caixa. No fim do primeiro semestre deste ano, a organização de saúde dispunha de R$ 2,1 bilhões. E com uma alavancagem controlada, que caiu em 12 meses de 1,8x para 1,1x.
O que levou a essa diminuição da alavancagem foi a maior geração de caixa – R$ 588,2 milhões, uma expansão de 82,4% em 12 meses – e uma conversão de 77,8% do Ebitda em caixa.
Por trás desses números está a disciplina da gestão de Jeane Tsutsui, que, desde o início da integração com o Hermes Pardini, em maio do ano passado, vem trabalhando para alcançar as sinergias identificadas com a fusão dos negócios. No primeiro ano, 60% foi concluído.
“Tínhamos ações que podiam ser implementadas de forma mais rápida. E 90% era relacionada à redução de custos e despesas”, diz Tsutsui ao Números Falam, programa do NeoFeed que tem o apoio do Santander Select.
No fim do segundo trimestre, o Fleury anunciou um custo único de R$ 65,5 milhões no primeiro ano da integração das companhias. E um aumento de 25% sobre a estimativa de Ebitda incremental por ano com a combinação dos negócios, que pode chegar a R$ 225 milhões.
No início de agosto, o Fleury anunciou o closing da aquisição do São Lucas Centro de Diagnóstico, por R$ 69,8 milhões. Com serviços diagnósticos por imagem e análises clínicas em cinco unidades em Itajaí e Balneário Camboriú, a compra marca a entrada do grupo em Santa Catarina.
Mas o caixa bilionário não mexe com a estratégia do Fleury. Neste momento de taxa de juros elevada, o management da companhia acredita que a posição é confortável – principalmente por ter conseguido desalavancar em um período de integração operacional.
O crescimento inorgânico continua no radar, afinal, foram realizadas 18 compras desde 2017, que resultaram numa empresa de R$ 7,1 bilhões de receita e diversidade de atuação. Mas não será a qualquer preço.
Com valor de mercado de R$ 8,75 bilhões, a ação FLRY3 está em baixa de 10,4% no ano, ante uma alta de 3,8% do Ibovespa.