O que falta para o estrangeiro ficar confortável e investir no Brasil, na visão do CEO da TIM

O que falta para o estrangeiro ficar confortável e investir no Brasil, na visão do CEO da TIM


Com a relação entre governo federal e setor privado comprometida, uma crise provocada pela apresentação de projetos arrecadatórios que comprometem o planejamento financeiro das empresas, Alberto Griselli, CEO da TIM Brasil, defendeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe trabalhem para a estabilização do cenário e previsibilidade de modo a não perder investimentos.

Em meio à apresentação de projetos que mudam significativamente o planejamento tributário das companhias, como foi o caso da apresentação da polêmica Medida Provisória (MP) que altera regra do PIS/Cofins, o CEO da TIM Brasil disse que o governo precisa atuar de maneira consistente, a fim de criar um ambiente de negócios capaz de criar um ambiente de negócios favorável.

“Quando você tem uma estratégia, um rumo consistente, ainda que tenha que se adaptar às mudanças do mundo, mas consegue dar previsibilidade, o investidor fica bem mais confortável em investir no País”, disse Griselli na quinta-feira, 13 de junho, ao NeoFeed, antes de sua participação no FII Priority Summit, evento promovido pelo Future Investment Initiative Institute, entidade sem fins lucrativos do fundo soberano da Arábia Saudita, o PIF, no Rio de Janeiro.

Vendo o FII Summit como uma “vitrine para o Brasil” atrair investidores da Arábia Saudita e do mundo, capaz de ajudar a garantir investimentos no futuro, Griselli comparou com a experiência de atuar no setor privado, em que precisa deixar a estratégia clara para conseguir atrair acionistas.

“Somos uma empresa com um free float e quando nossos investidores entendem o que estamos fazendo, dá previsibilidade, eles vêm e investem em nós”, afirmou.

Apesar dos ruídos do momento, Griselli destacou as oportunidades que existem no País, como fica evidente com os investimentos estrangeiros diretos, com o Brasil sendo o segundo maior receptor de recursos no ano passado, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Dentre as áreas com oportunidades, ele citou o caso de infraestrutura, como rodovias, portos e aeroportos, num momento em que essas áreas precisam se modernizar, expandir e digitalizar.

“O Brasil tem vários setores em que o investimento vai chegar”, afirmou. “Projetos estruturais, que não estão diretamente ligados ao nosso setor, por exemplo, apresentam oportunidades de negócios para diversas empresas, como a TIM Brasil.”

Destacando que a TIM atua no País há 25 anos, Griselli disse que “variações” na economia brasileira são bastante frequentes, para “o bom e para o menos bom”, sendo uma situação que a empresa aprendeu a lidar.

“Temos a vantagem de ser um setor resiliente, pois somos um serviço essencial para a vida das empresas e das pessoas, apesar de que um quadro de crescimento de demanda seja bom para todo mundo”, afirmou.

“Nós sabemos como lidar com situações de inflação muito alta no passado recente e parte dos nossos insumos são dolarizados, a gente sabe utilizar nossas alavancas para minimizar riscos”, complementou.

Mesmo com o cenário conturbado, Griselli destacou que os investimentos seguem em frente, em especial o 5G. O guidance da companhia aponta para um capex nominal de R$ 4,4 bilhões a R$ 4,6 bilhões neste ano, mesma faixa de valores prevista para ser investida por ano até 2026.

“Nossos investimentos no 5G estão firmes e fortes, está no nosso guidance, tudo está acontecendo conforme o planejado”, afirmou.





Fonte: NeoFeed

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