O que fez a Vulcabras triplicar a receita da Under Armour e duplicar a da Mizuno


A Vulcabras, dona das marcas Olympikus, Under Armour e Mizuno, atingiu o recorde de 29,3% de retorno sobre o capital investido (ROIC, na sigla em inglês) no fim do primeiro trimestre de 2024. É o mais alto indicador na comparação com outros fabricantes de calçados listados na bolsa de valores.

Desde que assumiu a operação da Under Armour no Brasil, no fim de 2018, a fabricante brasileira de calçados esportivos triplicou a receita da marca. Na Mizuno, que entrou no portfólio no fim de 2020, a receita dobrou.

“A capacidade da Vulcabras foi transformar esses ativos, que não estavam performando muito bem, em ótimos ativos. E, traduzindo em números, é o retorno do capital investido”, diz Wagner Dantas da Silva, CFO da Vulcabras em entrevista ao Números Falam, programa do NeoFeed que tem apoio do Santander Select.

Com um volume de 6,7 milhões de pares de calçados produzidos no primeiro trimestre deste ano, o diferencial da companhia brasileira tem sido o investimento em tecnologia e inovação na produção. Cada tênis montado pela Vulcabras passa nas mãos de 120 pessoas – desde a matéria-prima até o produto final.

“Hoje conseguimos produzir nas nossas fábricas qualquer tênis que existe no mundo, não importa a tecnologia”, afirma o CFO da Vulcabras.

Nas unidades de produção localizadas em Horizonte, no Ceará, e em Itapetinga, na Bahia, são confeccionados o calçado mais tecnológico da Under Armour e alguns modelos da Mizuno, que também são incorporados à linha global. Além da chamada Família Corre, os tênis de performance da Olympikus que puxam o crescimento da empresa e respondem por 15% da receita da marca.

“O nosso modelo de negócio é muito competitivo no quesito de distribuição e inteligência de mercado, mas nós adquirimos a expertise no desenvolvimento de calçados e a nossa indústria é o estado da arte em termos de tecnologia, processos, flexibilidade e agilidade”, diz Dantas.

Para manter esse ROIC em elevação, a Vulcabras não precisa, necessariamente, agregar novas marcas ao portfólio. O CFO da companhia diz que existem ainda oportunidades com as três marcas atuais de explorar novos segmentos.

“A Mizuno, por exemplo, tem uma linha de chuteiras e uma relevância no futebol que ‘até ontem’ não estávamos explorando. Estamos começando agora”, diz Dantas. “E quando se fala em futebol no Brasil não é uma categoria, é um novo mercado.”

Listada na B3 com o ticker VULC3, a ação da Vulcabras está em queda de 20,45% no ano, até o pregão de 31 de julho. O valor de mercado da empresa é de R$ 4,25 bilhões.





Fonte: NeoFeed

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