O Patria Investimentos, com cerca de US$ 43 bilhões sob gestão (cerca de R$ 215 bilhões), anunciou nesta quinta-feira, 1º de agosto, a aquisição de 100% da VBI Real Estate, gestora de fundos imobiliários com mais de R$ 10 bilhões sob gestão .
A aquisição é parte do acordo firmado entre as gestoras em 2022, quando o Patria comprou 50% da VBI com a opção de adquirir o restante em até três anos – o que foi confirmado agora. Uma parte da transação foi paga em dinheiro e outra em ações do Patria.
A marca VBI seguirá existindo e o time todo de gestão passa a integrar a equipe do Patria. E os sócios fundadores da VBI, Rodrigo Abbud e Ken Wainer, passam a ser sócios do Patria.
Desde a compra de 50% da VBI, o Patria migrou os seus dois fundos imobiliários para a gestora, que praticamente dobrou de tamanho após realizar aquisições, como o braço de FIIs da Blue Macaw, e fez aumentos de capitais importantes no mercado, como o follow on de R$ 220 milhões para fundo logístico.
“Nossa sociedade deu muito certo, tanto nos negócios como na relação pessoal, compartilhando uma visão de crescimento sólido no longo prazo. E percebemos que não queríamos somente o business, mas as pessoas nele”, afirma Daniel Sorrentino, sócio e CEO do Patria Investimentos para as Américas, em entrevista ao NeoFeed.
No fim do ano passado, a gestora adquiriu o braço de fundos imobiliários do Credit Suisse. Assim, a vertical de real estate passa a ter mais de R$ 21 bilhões sob gestão só no Brasil, onde conta com 18 fundos FIIs listados e dois fundos negociados em balcão. No total, são mais de 200 imóveis, mais de 500 locatários e mais de 1 milhão de cotistas.
Em sua estratégia de real estate, o Patria, no entanto, tem aproximadamente de R$ 35 bilhões sob gestão (US$ 7 bilhões), pois conta com negócios no Chile e na Colômbia.
Com a transação, o Patria se posiciona como a maior gestora independente (não ligada a bancos) em real estate do mercado brasileiro, área que quase quadruplicou de tamanho nos últimos cinco anos, chegando a R$ 322 bilhões sob gestão, segundo dados de junho da Anbima.
Segundo Sorrentino, o apetite para crescer ainda é grande. “Queremos tanto adicionar novas estratégias, como avaliamos novas aquisições. Queremos ganhar marketshare e eventualmente liderar esse mercado”, diz o executivo.
O segmento de fundo imobiliário é estratégico para a gestora focada em investimentos alternativos, de acordo com Sorrentino. Ele vê o real estate como uma porta de entrada para dos investidores para os alternativos, que depois podem evoluir para outras estratégias, como crédito estruturado e mesmo private equity.
E como escala é a palavra-chave nesse mercado, outras gestoras independentes do segmento imobiliário estão em busca de sócios. São os casos de HSI, com cerca de R$ 13 bilhões, e RBR, com cerca de R$ 10 bilhões sob gestão. Ambas buscam sócios no mercado e a Vinci Partners é considerada a favorita para comprar, ao menos, uma delas.
Desde o IPO, em 2021, o Patria tem perseguido uma estratégia de crescimento acelerado com o objetivo de aumentar a oferta de produtos e oferecer um portfólio completo em alternativos. De lá para cá, a gestora triplicou de tamanho, saltando de US$ 14 bilhões sob gestão para US$ 43 bilhões
Além da VBI, o Patria comprou recentemente a gestora de real estate colombiana Nexus. No ano passado, adquiriu a operação de FIIs do Credit Suisse. Anteriormente, havia adquirido a chilena Moneda, assim como as gestoras de venture capital Igah Ventures e Kamaroopin, além da vertical de private equity da Abrdn, no Reino Unido.
Quem também está em expansão desde o IPO é a Vinci, que comprou a gestora de special situations SPS Capital e se juntou com a gestora e distribuidora Latino Americana Compass. Mais recentemente foi a vez de adquirir a gestora focada em agronegócio Mav Capital.