O coordenador-geral de Governança Hospitalar do Rio de Janeiro, Carlos Ney Pinho Ribeiro, foi exonerado do cargo. Ele era responsável pela área de compras dos seis hospitais federais no Rio.
A exoneração foi assinada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, e publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (28). Ele permaneceu apenas dois meses no cargo.
Ficará em seu lugar a servidora Paula Lemos Ferreira Glielmo. Ela será responsável por “autorizar gastos, emitir e anular empenhos, promover a liquidação das despesas, processar a movimentação financeira e designar servidores para também fazê-lo”,
A ministra criou um comitê em março para coordenar o funcionamento das unidades após denúncias a respeito das condições dos hospitais.
Funcionários do Hospital Federal dos Servidores do Estado — referência em cirurgias de grande porte no Rio — relataram episódios de insalubridade, como uma cirurgia feita em uma sala inundada.
A situação gerou críticas à ministra, que foi cobrada pelo presidente Lula (PT) durante uma reunião ministerial pela condição dos hospitais, pela epidemia de dengue e pelas mortes dos yanomamis no 1º ano do governo.
Após a cobrança, foi oficializada a demissão de Helvécio Magalhães do comando da Secretaria de Atenção Especializada. É sob essa secretaria que estão os hospitais federais.
Durante uma coletiva, a ministra afirmou ainda que o Ministério havia identificado, na transição de governo, diversos problemas.
De acordo com o atual secretário de Atenção Especializada, Adriano Massuda, o governo identificou 593 leitos fechados, enfermarias e centros cirúrgicos interditados, desabastecimento de insumos e medicamentos (incluindo oncológicos), equipamentos e infraestrutura sem manutenção, além da redução de mais de 1,6 mil servidores estatutários (entre 2018 e 2023) e déficit de 7.000 profissionais.
Ainda segundo a pasta, após a identificação de falhas, por meio de ações emergenciais, o Ministério promoveu a reabertura de 300 leitos e contratação de 294 profissionais, o que gerou um aumento de 22% em internações hospitalares em relação ao ano anterior.