A gordura submentoniana, conhecida popularmente como “papada”, é um incômodo para muita gente que passa por grande perda de peso ou possui uma estrutura favorável ao acúmulo de gordura e flacidez na região. A boa notícia é que ela pode ter jeito e nem sempre é preciso apelar para cirurgia.
Além da lipoaspiração, procedimento invasivo que só deve ser feito por médico especializado, existem hoje no mercado diversos aparelhos e tecnologias estéticas com efeito positivo no tal “queixo duplo”. A escolha da melhor opção, entretanto, não deve ser aleatória.
O primeiro passo é avaliar qual o tipo de problema predominante, se a flacidez da pele ou excesso de gordura, e estabelecer um protocolo por etapas, que pode incluir ou não cirurgias, dependendo do objetivo.
Segundo a médica Elisete Crocco, coordenadora do departamento de cosmiatria da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), entre os procedimentos não invasivos há tratamentos com eficácia comprovada, como ultrassons ou a radiofrequência microagulhada robótica, que faz pequenos pontos de cauterização interna para retração do tecido.
“Redução de volume de gordura no queixo [submentoniana] pode ser feita, [por exemplo] com ultrassom microfocado, com melhora do contorno da mandíbula e do queixo com preenchimento, bioestimuladores, todos com comprovação e apoiados pela SBD como procedimentos não cirúrgicos”, afirma Crocco.
A coordenadora reforça, contudo, que é preciso uma boa indicação, algo avaliado por um profissional especializado e que faça sentido para justificar a intervenção. “Uma pessoa não deve contar só com isso, existe todo um processo de emagrecimento para depois fazer o refinamento com esses aparelhos”, diz.
Veja abaixo alguns dos procedimentos indicados.
É seguro?
Luciana Leonel Pepino, cirurgiã plástica membro da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgiões Plásticos) e da Sociedade Americana para Cirurgia Plástica e Estética (Asaps, na sigla em inglês), a remoção da papada é uma questão estética. No entanto, não há nenhuma perda de função quando temos essa região mais flácida ou com excesso de gordura.
“Vejo só vantagens, como a melhora da autoestima, de como [a pessoa] passa a se olhar no espelho ou a encarar o mundo. Só é desvantagem se não for feito com profissionais capacitados, porque vai trazer problemas e complicações para o paciente, como assimetrias que afetam a autoimagem”, afirma.
Custos
O custo das intervenções para papada variam, mas opções cirúrgicas mais complexas, como lipoaspiração com mini lifting, podem chegar a R$ 60 mil. O procedimento leva de 4 a 5 horas em média e necessita ser feito em ambiente hospitalar. Também tem maior durabilidade. Já a possibilidade de ser refeita envolve outras questões, como o reganho de peso.
O que considerar ao escolher o procedimento
Cada tipo de papada demanda um protocolo próprio e a idade não é um fator limitante, mesmo para as intervenções mais invasivas, como mini lifting. O que conta mais, segundo especialistas, é o tipo de pele e de concentração de gordura dados após oscilações de peso ou por biotipo.
Em pacientes que possuem gordura no queixo mas ainda dispõem de uma pele firme nessa área, o tratamento é mais simples e pode ser direcionado para redução apenas da camada adiposa.
Quando não necessitar de procedimento de lipoaspiração, pode-se utilizar criolipólise, o ultrassom macrofocado ou/e aplicação de enzimas, que são técnicas estéticas e não invasivas.
Já os que têm a gordura concentrada e pele flácida vão precisar primeiro reduzir o tecido adiposo e depois o epitelial.
Embora considere a opção cirúrgica mais eficaz para remoção da gordura nesses casos, Pepino diz que, depois de uma lipo na região, pode-se combinar o microagulhamento com radiofrequência, também conhecido como “Morpheus”, para tratar a pele sem cirurgia.
“O aparelho de radiofrequência é uma tecnologia de retração. Podemos também usar lasers, são todas tecnologias que vão aquecer o tecido e proporcionar uma retração da pele nesse grupo de pacientes que têm uma flacidez discreta”, diz.
Já no grupo de pacientes com flacidez de moderada a avançada, a retirada da gordura da parte profunda é feita por lipoaspiração seguida de cirurgia de lifting ou mini lifting, que já trabalham o pescoço.
“É um procedimento cirúrgico mais agressivo, para ser feito em ambientes hospitalares, porque vai abrir a região na parte da frente e atrás da orelha e fazer uma tração dessa pele após a retirada da gordura”, explica a cirurgiã.
Pepino lembra que a região tem estruturas importantes, com muitas glândulas e vasos e que é preciso procurar nesses casos profissionais médicos e qualificados.
“Se a opção for de realizar um procedimento cirúrgico, eu não abriria mão de escolher um profissional que fosse cirurgião, que tem [um conhecimento] profundo da anatomia e habilidade manual cirúrgica para fazer um procedimento tão delicado, que pode ser lesado no procedimento”, destaca.