A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, saiu de férias no fim de dezembro e se afastou das atividades do Ministério da Saúde.
A saída temporária ocorreu quando o ministério já havia criado uma Sala Nacional de Arboviroses para acompanhar o cenário epidemiológico da dengue.
Em nota, a Saúde disse que quase todos os departamentos da secretaria atuam no combate à dengue e que Ethel foi devidamente substituída durante as férias. O afastamento durante o mês de janeiro da secretária foi noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
“São 407 profissionais atuando intensamente no planejamento, organização, coordenação e controle das medidas contra a dengue nos departamentos de Emergências, de Imunizações e de Doenças Transmissíveis. Durante seu afastamento, a secretária Ethel Maciel foi devidamente substituída pela dra. Angélica Espinosa —médica, com mestrado e doutorado em Doenças Infecciosas e Saúde Pública— tendo sido garantidos a continuidade e o monitoramento das ações planejadas”, disse a Saúde.
A agenda pública de Ethel mostra que ela foi substituída de 26 de dezembro a 24 de janeiro. Em 1° de janeiro, a secretária fez uma postagem em Varanasi, na Índia, a cidade sagrada do hinduísmo, além de ser também um importante centro budista.
“Despeço de 2023 com gratidão. Com as energias do hinduísmo e do budismo abraço 2024 e desejo muita sabedoria para atravessarmos os desafios que nos esperam. Que possamos saber viver todas as pequenas alegrias! Um excelente ano para vocês!!”, escreveu na postagem.
O Brasil iniciou 2024 com explosão no número de casos de dengue em diversos estados. Ao fim de janeiro, o país já marcava aumento expressivo nos registros da doença em relação ao ano anterior.
Segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, nas cinco primeiras semanas epidemiológicas de 2024 (de 31 de dezembro de 2023 a 3 de fevereiro de 2024) foram registrados 156.871 casos confirmados da doença. No mesmo período de 2023, foram 82.840 registros.
Antes de a secretária tirar férias, foi lançado em 8 de dezembro a Sala Nacional de Arboviroses, espaço que permite o monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência de dengue, chikungunya e zika.
Já em 2 de fevereiro de 2024, foi criado o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses.
O Ministério da Saúde registra nesta quarta-feira (10) mais de 3 milhões de casos prováveis da dengue, além de 1.256 mortes confirmadas pela doença, superando o total de óbitos de todo o ano de 2023. Outras mortes 1.857 estão em investigação.
No ano passado, o Ministério da Saúde e especialistas já alertavam para um cenário preocupante da dengue. Em 6 de fevereiro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez um alerta sobre o aumento de casos de dengue no país.
Em pronunciamento nacional, ela afirmou que a situação de emergência exige uma mobilização de toda a população, além de governo federal, governadores e prefeitos.
“Várias cidades brasileiras estão enfrentando situação de emergência devido ao grande aumento dos casos de dengue”, disse a ministra. “Este é o momento de intensificar os cuidados e a prevenção. Agora é hora de todo o Brasil se unir contra a dengue.”