—Will e Rose se conheceram virtualmente há 10 anos. Seu nome de usuário era professorparsley, e ele fazia jus ao tipo— alto e magro, com óculos, características que Rose achava atraentes. No primeiro encontro, Rose descobriu que Will era um estudante universitário que morava com sua mãe, e seu apelido veio de uma criança em uma acampamento de arte onde ele trabalhava. Eles riem disso agora, como fazem com a maioria das coisas. Will achava Rose emocionante e direta.
Ele cresceu nos subúrbios de Ontário, e ela era da Califórnia do Sul, o que era como outro mundo para ele. Desde o início, o que eles amavam um no outro eram suas diferenças. Rose era atraída pela estabilidade que Will parecia ter —tão diferente dos outros homens com quem ela havia namorado, que temiam o compromisso.
O relacionamento sobreviveu a várias mudanças, cerca de um ano de namoro à distância e os desafios de encontrar tempo para ficarem juntos enquanto viviam com pais e colegas de quarto. Agora, com sete anos de casamento, eles têm seu próprio lugar: um apartamento de um quarto em Los Angeles, onde Rose atende clientes de pilates. Will está fora durante o dia, ensinando, e à noite eles se aconchegam na cama e assistem à televisão.
“É a minha parte favorita do dia”, diz Rose. (Rose e Will são nomes do meio. Todos os entrevistados pediram para serem referidos por seus primeiros nomes, nomes do meio ou um apelido, por preocupações com sua privacidade). Por mais que Will a estabilize, Rose sente que a calma familiar de seu relacionamento também a inibe sexualmente.
Eles passam meses sem sexo, mas não falta intimidade. Eles têm uma política de nunca recusar um abraço, algo que instituíram para resolver as pequenas discordâncias que inevitavelmente surgem em qualquer relacionamento. Eles também conversaram abertamente sobre como, para ela, a previsibilidade segura de seu casamento —a qualidade que ela ama sobre suas vidas juntos— diminui seu desejo sexual.
Ela sabe que isso pode ser confuso, até frustrante, para Will, mas ela não gosta da ideia de se forçar a ter relações sexuais. A mãe de Rose, agora divorciada, sentia-se obrigada a ter relações sexuais com o pai de Rose uma vez por semana. Esse não é o tipo de relacionamento que Rose quer.
Para entrar no clima sexual, Rose conta com um conjunto de rituais para ajudar a construir a antecipação —arrumar o cabelo e a maquiagem, depilar as pernas, tomar um copo de vinho durante o jantar ou, quando suas agendas permitem, sair de férias para quebrar suas rotinas. Will não precisa fazer nada para se sentir pronto para o sexo, e Rose vê isso como mais uma maneira pela qual são diferentes.
Ao longo dos anos, eles aceitaram que é assim que sua vida sexual parece, e parecerá, se quiserem ficar juntos, o que querem. Durante a pandemia, o casal passou mais de um ano sem fazer sexo, mas saborearam seu tempo extra juntos. Rose costumava passar horas dirigindo no trânsito para diferentes estúdios de exercícios, chegando em casa tarde, sem ver muito seu marido.
Presos em casa, deram passeios pelo bairro. Eles conversavam constantemente. Começaram a fazer aulas de ioga online juntos, um hobby que pegou. Will aprecia essas pequenas oportunidades de se conectar.
Rose acha que não é do tipo carinhoso, mas Will discorda. “Ela não é mesquinha em espírito ou tempo”, conta. Às vezes eles tomam banho juntos e se abraçam nus, sem nenhuma expectativa de sexo. Embora Will continue esperançoso de que esses momentos levarão a algo mais, ele não pressiona.
As atitudes culturais em relação ao papel do sexo no casamento mudaram consideravelmente ao longo dos anos. Antes o sexo conjugal era principalmente um meio de procriação; nas últimas décadas, a sabedoria convencional era que o sexo frequente era fundamental para uma união feliz.
Durante a década de 1990, uma nova onda de positividade sexual coincidiu com a ascensão de diferentes formas de terapia, incluindo aconselhamento de casais. Especialistas treinavam casais sobre como fortalecer seus casamentos, muitas vezes confiando na crença de que relacionamentos saudáveis incluíam sexo consistente com os parceiros.
Nos anos 2010, o sexo por agendamento se tornou um método popular para manter a intimidade e, de certa forma, proteger-se contra a separação. Nos últimos anos, no entanto, tanto especialistas em relacionamentos quanto os próprios casais têm gradualmente desmantelado algumas dessas visões comumente mantidas, trabalhando para desestigmatizar as abordagens não convencionais que alguns adotam para permanecer juntos.
Grupos online surgiram para casais que desafiam as suposições básicas de que os cônjuges devem compartilhar um quarto ou até mesmo uma casa. Sharon Hyman, que administra um grupo no Facebook chamado Apartners para casais que escolheram viver separados, me disse que muitos membros de sua comunidade percebem que suas vidas sexuais melhoram quando não passam cada minuto juntos. “Meu objetivo é mostrar que existem opções saudáveis para relacionamentos”, afirma Hyman. “Não existe uma solução única para todos.”
Um efeito do clima sexual em constante mudança é que muitos casais hoje simplesmente estão menos dispostos a tolerar o que a psicoterapeuta Esther Perel chama de “tédio” no quarto. Perel fez carreira articulando como a superexposição doméstica esgota o erotismo, que requer algum mistério, intriga e desconhecido. Isso não sugere que o amor e o desejo de longo prazo sejam impossíveis, mas, de acordo com Perel, manter o interesse sexual vivo requer criatividade. Em seu podcast “Where Should We Begin?” (Por Onde Devemos Começar?, em tradução livre para o português), Perel ajuda casais a explorar e articular suas fantasias, honrar um ao outro como indivíduos e experimentar novas abordagens para realizar seus desejos juntos.
Para Perel, assim como para muitos outros especialistas em relacionamentos, isso às vezes significa reexaminar o investimento em outra premissa fundamental do casamento: a monogamia. O colunista de conselhos Dan Savage também argumentou que a monogamia não é totalmente plausível, ou prazerosa, para todos, e crítica a obsessão dos norte-americanos por moralizar a infidelidade. Ele encoraja as pessoas casadas a serem honestas umas com as outras sobre o quão difícil é carregar a responsabilidade de satisfazer as necessidades sexuais e emocionais do parceiro por décadas a fio.
Enquanto alguns questionam o padrão de sexo monogâmico no casamento explorando relacionamentos poliamorosos e abertos, outros resistem a pressão de ter sexo. Na verdade, os americanos como um todo estão fazendo menos sexo do que costumavam —independentemente de raça, gênero, região, nível educacional e status de trabalho.
Um estudo descobriu que adultos americanos nascidos na década de 1990 estão fazendo menos sexo do que as gerações mais antigas; eles têm menos parcerias estáveis e aqueles que estão em um relacionamento também estão fazendo menos sexo.
Uma pesquisa social geral, feita nos Estados Unidos em 2021 mostrou que cerca de 50% de todos os adultos pesquisados faziam sexo uma vez por mês ou menos, sendo que metade dessas pessoas relatou que não faziam sexo há um ano. Os pesquisadores especularam sobre as razões para essa baixa sexual de 30 anos, desde o isolamento causado pela tecnologia até conversas culturais sobre consentimento.
Muitas mulheres mais jovens, por exemplo, influenciadas em parte pelo movimento #MeToo, estão praticando abstinência intencional. Há tendências no TikTok sobre ficar “livre de homens”, uma palavra cunhada pela comediante Hope Woodard, que diz que dar uma pausa no sexo pode ser empoderador para mulheres que anteriormente alteravam seus desejos para agradar aos homens. O movimento feminista digital 4B, que teve origem na Coreia do Sul mas se espalhou globalmente pelas redes sociais, defende a rejeição à procriação, bem como ao namoro, casamento e sexo heterossexuais. Enquanto isso, os “parceiros de vida platônicos” —amigos que se comprometem a ter uma casa e até mesmo criar filhos juntos— insistem que sexo e romance não são necessários para uniões duradouras.
A educadora sexual e pesquisadora Emily Nagoski é resistente a ideia de que o sexo frequente deve ser um componente principal de todo relacionamento comprometido. Nagoski —que foi aberta sobre seu próprio hiato do sexo conjugal— não endossa o sexo obrigatório, nem encoraja a busca por uma linha de base sexual em termos de regularidade ou comportamento. Baseando-se no trabalho da sexóloga canadense Peggy Kleinplatz, Nagoski acredita que o baixo desejo às vezes pode ser evidência de bom senso. “Não é disfuncional não querer sexo que você não gosta”, afirma.
Em seu novo livro, “Come Together” (Venha junto, em tradução livre para o português), Nagoski incentiva casais que desejam explorar suas sexualidades e aprofundar seu vínculo sexual a começar descobrindo o que cada pessoa quer quando deseja sexo. Para muitos, o sexo representa liberdade do comum, mas o que é necessário para chegar lá será diferente para cada casal e provavelmente mudará ao longo do tempo. Afinal, os desejos nem sempre se alinham, ou evoluem de maneiras inesperadas.
Michelle e John se conheceram em 2005 em uma festa, e nos primeiros anos do relacionamento deles, não conseguiam tirar as mãos um do outro. No entanto, há quatro anos, após passar por um parto que ela descreve como “traumático”, Michelle começou a se preocupar que a relação sexual pudesse causar dor.
Ela e John não tiveram relações sexuais por um ano depois de se tornarem pais. Agora, podem passar meses sem. Amigos deles também parecem estar vivenciando novos capítulos em suas próprias vidas sexuais e abrindo seus casamentos, o que tem gerado conversas entre Michelle e John sobre as possibilidades de reavivar sua vida sexual.
Mas nem sempre concordam com o que querem, ou com o que se sentem confortáveis. John sabe, no entanto, que ter relações sexuais fora do casamento é uma linha vermelha para Michelle. Ela testemunhou a infidelidade destruir o relacionamento de seus pais.
“Acho que há um grande medo sobre ‘tenho um impulso que pode ser resolvido em um minuto ou dois’, mas o sentido do que poderia ser quebrado não vale o risco”, diz John. O amor, para ambos, é muito mais do que satisfazer esses desejos momentâneos.
Depois de quase duas décadas juntos, se consideram melhores amigos e “almas gêmeas”. Quando começaram a namorar, Michelle estava sofrendo com a perda de seu irmão, que morreu em um acidente de carro. Ela conversou com John sobre a experiência em um encontro inicial, e depois disso foram inseparáveis.
John achava ela linda e queria passar o máximo de tempo possível com ela. Michelle achava que ele era uma distração bem-vinda, alguém que poderia tirá-la de seu luto. Eles foram a concertos.
Ele fez mixtapes para ela. Mas também houve momentos em que ela desabou em lágrimas, e ele estava lá por ela. John costumava tentar confortar Michelle dizendo que entendia como ela se sentia, mas quando perdeu seu próprio irmão em 2012, percebeu o quão errado estava.
Enquanto lamentava, Michelle “simplesmente sabia o que fazer nos momentos não ditos —seja sabendo quando me dar espaço, ou sabendo quando eu precisava de um abraço, ou simplesmente precisava que ela estivesse ao meu lado”, diz John. Hoje, Michelle continua sendo a “peça central” de sua felicidade.
Michelle e John compartilham um apartamento de um quarto com sua filha, e embora tenham um pouco de privacidade durante o dia, estão ocupados trabalhando em casa. Agora, na maioria dos dias, Michelle se masturba de manhã, enquanto John leva a filha deles para a pré-escola.
Ele se masturba à noite no banheiro, enquanto assiste pornografia em seu telefone. Para John, é apenas uma liberação física, mas para Michelle, se satisfazer serve a um propósito diferente: ela está tentando descobrir o que a faz se sentir bem. Explorar seu corpo mudado sozinha elimina a culpa que sente quando não consegue atingir o clímax com o marido. Ela não quer que ele pense que tem algo a ver com ele.
“Quero chegar lá, mas não estou chegando”, diz ela. De mais de 30 pessoas casadas que entrevistei, muitas, como Michelle, me disseram que se tornar pais mudou irreversivelmente suas vidas sexuais.
Camille, que mora na Califórnia, sentiu que seu casamento era o relacionamento mais sólido e carinhoso que já havia experimentado, mas se tornar mãe a afastou de seu desejo. “Parece algo que não consigo alcançar, como em outro cômodo, ou em outra parte de mim que não sei como acessar”, diz ela.
Outras mães começaram a ver o sexo como mais uma tarefa, mais um item em sua lista de responsabilidades. Keti, mãe de uma criança neurodivergente que ansiava por ser abraçada, descobriu que o sexo com seu marido se tornara “robótico” à medida que começou a vê-lo como “mais uma demanda”.
Seu marido estava fazendo tudo o que podia para apoiá-la, mas ela sentia uma obrigação de voltar à sua antiga vida sexual, embora quisesse “desesperadamente ir para uma floresta e apenas deitar e não ouvir ninguém ou nada”. Lilien, que tem dois filhos, diz que se tornar mãe foi um ponto de virada para ela.
Ela teve que deixar sua carreira anterior e não sabia quem era ou o que queria. “Minha identidade foi totalmente dilacerada”, diz ela. “Eu estava realmente confusa sobre qual era o meu valor.”
Seu histórico de agressão sexual também ressurgiu de maneiras profundas. Ela achava que precisava ser “permeável” para nutrir seus filhos. Ela não tinha a capacidade de estender essa abertura física ao marido. Ela não suportava carícias suaves dele, que pareciam o carinho das mãos de sua criança.
O marido de Lilien, Philip, nunca a pressionou a ser íntima, pelo que ela é grata. “A coisa mais importante para mim era manter um lugar onde o sexo que você tem é muito positivo, muito consensual, muito compreendido e mutuamente apreciado”, diz ele.
Cinco anos depois, Philip sabe que ela ainda está lidando com tudo o que a maternidade trouxe para sua vida. Recentemente, eles começaram a ter mais relações sexuais, cerca de uma vez a cada dois meses. Lilien adora as massagens nas costas firmes de seu marido, que ele está feliz em dar.
Outros casais, assim como Rose e Will, confessaram se sentir sexualmente desalinhados com seus parceiros à medida que seus desejos mudavam.Direções diferentes. Jean, uma mãe de 38 anos que mora na Virgínia, me disse que o interesse de seu marido por sexo diminuiu gradualmente ao longo dos 13 anos de casamento deles.
Ela, por outro lado, experimentou o que chamou de “uma puberdade secundária” à medida que seus filhos cresciam e se tornavam menos dependentes dela. Ela se sentiu “tão sexualmente carregada” que visitou seu ginecologista para confirmar que não estava tendo um problema hormonal.
Agora ela está tentando descobrir como lidar com o baixo desejo de seu marido. “Sinto que estou vivendo no mundo ao contrário na maior parte do tempo”, diz ela. “Minhas amigas reclamam que seus maridos apertam suas nádegas enquanto lavam louça, e eu penso, ‘uau, eu adoraria me sentir desejada assim’.”
Outra mãe, Emily, diz que o sexo gradualmente se tornou menos importante ao longo dos 34 anos de casamento. Quando seus filhos eram pequenos, a intimidade com seu marido estagnou brevemente, mas à medida que seus filhos cresceram, eles tiveram um “renascimento de uma boa vida sexual”, diz Emily.
Agora ela tem 59 anos e passou por várias operações resultantes de uma batalha contra o câncer, incluindo uma histerectomia e mastectomia. Como resultado, seu desejo diminuiu, e o sexo começou a parecer “aspirar a casa” —algo que ela fazia para fazer seu marido feliz. E ele percebeu. “Se você está acostumado a alguém respondendo a você de certa maneira, você pode dizer quando eles estão agindo”, diz ela. “Eu não era a mesma pessoa.”
Uma noite na cama, cerca de 10 anos depois de ela ter feito um tratamento hormonal para seu câncer que a colocou na menopausa precoce, tiveram uma conversa franca sobre sua vida sexual. “Discutimos minha falta de desejo, e ele disse que se eu não estou excitada, então ele também não está”, diz Emily.
Ele admitiu que seu desejo sexual também havia diminuído. Então decidiram não forçar. Ela sente que há alguma pressão cultural para que pessoas mais velhas mantenham suas vidas sexuais até os 80 anos. Ela leu, com ceticismo, artigos afirmando que manter o sexo na velhice é saudável. “É?”, diz ela. “Eu não sei.”
Emily sente que seu casamento progrediu naturalmente: eles experimentaram décadas de paixão, e enquanto permanecem afetuosos fora do quarto, seu relacionamento agora transcende o sexo de muitas maneiras. É sobre a vida que construíram juntos. “Estamos em um relacionamento sem sexo há anos agora”, diz Emily. “Nos damos muito bem, mas somos mais como melhores amigos do que amantes.”
Embora muitos casais tenham afirmado que o sexo não é fundamental em seus casamentos, a maioria dos que conversei ainda monitora a frequência com que fazem sexo. Eles também parecem assombrados por quão longe estão das normas percebidas. John, por exemplo, espera que ele e sua esposa consigam voltar a fazer sexo duas ou três vezes por semana, mas admite que não tem ideia de onde esse número veio.
Os números, Nagoski acredita, podem ser uma métrica contraproducente. É impossível ouvir tais estatísticas e não julgar seu relacionamento em relação a elas. Os números também não levam em conta se os participantes estão desfrutando do sexo que estão tendo.
“Você está se comparando —está se julgando como OK ou inadequado— em comparação com um monte de pessoas com quem você não está fazendo sexo, que não estão fazendo sexo com você”, diz Nagoski. Para casais que se medem contra o que Nagoski chama de “ficções” do sexo, ou para aqueles preocupados que seu relacionamento está em jogo sempre que entram no quarto ou não atingem algum número mensal, pode haver muita pressão para que o sexo seja agradável. É mais importante que os casais estabeleçam que tipo de sexo vale a pena ter.
Rose admite sentir o peso das expectativas sociais. Recentemente, ela decidiu que, como ela e Will raramente estavam fazendo sexo, ela removeria seu implante anticoncepcional do braço. Durante o procedimento, a enfermeira insinuou que havia algo errado com o casamento de Rose. Rose se sentiu envergonhada e irritada. A ideia de que ela deveria estar vivendo em um estado constante de excitação com seu marido após uma década juntos é, para ela, ridícula, mas também parte de uma fachada que ela acha que muitos casais casados mantêm.
“Há pessoas que contam todo o sexo que estão tendo”, diz ela. “Sinto que é muito mais comum que muitas pessoas não estejam.” Com a ajuda de seu terapeuta, Rose está explorando se seu TDAH pode desempenhar um papel em sua necessidade de buscar novos estímulos —não porque ela vê isso como um problema, mas porque está interessada em entender seu desejo mais plenamente. “Aparentemente, o cansaço do parceiro que sinto não é tão incomum porque nossos cérebros ‘especiais’ estão sempre procurando o que é novo”, diz ela.
Will às vezes recorre a escritos budistas sobre restrição para explorar sua sexualidade. Ele brinca que pode haver algum viés de confirmação em ação, mas acha que a autoconsciência de sua esposa —e sua falta de vontade de se forçar a fazer sexo que não quer ter— o amadureceu. Para Will, a intimidade é menos sobre completude e mais sobre conexão. “Aprendi, mesmo apenas sobre o ato sexual em si, o final nem sempre é a melhor parte,” Will diz.
“Há prazer ao longo de todo o espectro.” Em março, para o 40º aniversário de Rose, eles fizeram uma viagem ao Havaí. Ela desligou o telefone por horas enquanto se esparramava junto ao oceano. Will lembra-se de virar-se para sua esposa e ficar olhando para ela, observando-a relaxar, seu corpo solto. Naquele momento, ele não estava pensando em sexo ou em como Rose estava bonita sob o sol. Ele estava pensando em quão parecidos eles realmente são. Mais do que tudo, eles querem aproveitar à sua maneira, saborear os pequenos momentos em que podem deixar o resto do mundo desaparecer.