A Waymo, empresa de veículos autônomos da Alphabet, holding que controla o Google, anunciou nesta sexta-feira, 25 de outubro, que concluiu uma rodada de captação de US$ 5,6 bilhões, que visa a expandir seu serviço de transporte, o Waymo One.
A rodada, que contou com a participação dos fundos Andreessen Horowitz, Fidelity, Perry Creek, Silver Lake, Tiger Global e T. Rowe Price, antecipou o investimento que a Alphabet planejava fazer ao longo de muitos anos, acelerando a perspectiva de crescimento da companhia.
“Com este último investimento continuaremos a receber mais passageiros em nosso serviço de transporte em São Francisco, Phoenix e Los Angeles, além de Austin e Atlanta, através de nossa parceria expandida com a Uber”, informou a Waymo, por meio de nota.
Apesar da chancela de grandes nomes do venture capital, a injeção de dinheiro ocorre em um momento de grande ceticismo com os veículos autônomos, que têm se mostrado mais complexos do que o mercado antecipava.
As questões vão desde custos elevados até riscos de acidentes, que seguem sendo um problema para essas companhias. Isso não impede, porém, que as empresas continuem a investir, sem saber quando haverá um retorno desse dinheiro.
Nas últimas semanas, a Tesla anunciou o seu serviço de transporte autônomo, o táxi-robô, que não foi bem aceito pelo mercado e fez os papéis da companhia caírem quase 10% após a divulgação do protótipo.
Com poucas informações sobre como o projeto de Elon Musk funcionará, analistas colocaram em xeque a capacidade da Tesla de sair na dianteira do segmento por diversos motivos. Musk promete o início da produção dos veículos autônomos para 2026 – mas poucos acreditam
Outra concorrente que tem enfrentado problemas é a Cruise, da General Motors. A empresa está testando veículos autônomos com a presença de motoristas humanos por segurança, após um acidente ocorrido no ano passado que levou a companhia a retirar todos os carros autônomos das ruas.
Em julho deste ano, a montadora anunciou que iria se concentrar nos testes de táxis-robôs produzidos a partir de uma a nova geração do Chevrolet Bolt – marca que havia sido descontinuada, mas que a Cruise tem usado há vários anos para o desenvolvimento de veículos autônomos.
Nesse meio tempo, a Zoox, da Amazon, investiu na expansão dos testes de seus veículos projetados sem volante e pedais, que já podem ser encontrados em algumas cidades dos Estados Unidos.
De acordo com especialistas, a maior questão para todos esses protótipos é a tecnologia. A inteligência artificial utilizada pelos modelos presentes nas ruas carece da compreensão e do raciocínio humano necessário para uma condução sem riscos.
Para eles, estes veículos devem ser capazes de raciocínio contrafactual – avaliando cenários hipotéticos e prevendo resultados potenciais, algo que ainda não foi aprimorado pela IA. Boa parte dos acidentes expõe essa falha, principalmente em condições com iluminação variável, como o nascer ou o pôr do sol.
Essas variáveis fazem com que empresas como a Uber deixem o investimento na tecnologia para depois – ou para terceiros como a Waymo -, acreditando que ainda há muito a ser testado antes de envolver passageiros no processo.