A Housi viu sua receita chegar a zero durante a pandemia. Quem conta isso é Alexandre Lafer Frankel, CEO e cofundador da Housi, proptech que oferece desde aluguéis flexíveis até soluções de smart living e que já captou mais de R$ 100 milhões em investimentos.
Em entrevista ao Vida de Startup, programa do NeoFeed, o empresário relembrou os momentos de tensão que viveu durante a pandemia e quando viu a companhia correr o sério risco de fechar as portas. “A gente não tinha outra alternativa a não ser mudar o modelo de negócio”, afirma Frankel.
A Housi nasceu em meados de 2019 como uma spin-off da Vitacon com uma operação que consistia em fazer a gestão de imóveis. O plano era alugar esses apartamentos e, assim, ficar com uma parte do valor da locação. Em pouco mais de um ano, a startup já tinha mais de 50 mil locatários.
Com a pandemia, a proptech viu seu modelo de negócio ser afetado e passou a estudar alternativas. “O novo modelo consistia em licenciar a marca e a nossa tecnologia para outros incorporadores”, afirma Frankel. “A receita iria vir de um modelo de franquias.”
A mudança começou a apresentar resultados em 2022, quando a Housi informou ao mercado que já tinha um VGV de R$ 20 bilhões, através de mais de 200 parceiros conectados à plataforma. Entre eles estavam incorporadoras de pequeno e médio porte.
Outro tipo de parceiro eram empresas que poderiam prestar serviços aos empreendimentos. A Housi firmou parcerias com gigantes como Localiza, Magazine Luiza e Unilever. Com os acordos, conseguiu transformar os prédios em pontos de locação de veículos e até instalar lavanderias.
Atualmente a companhia já está presente em mais de 700 condomínios espalhados por 125 cidades. Segundo Frankel, essa expansão agressiva gerou uma certa dor. “Mas essa é uma dor esperada para todas as startups que querem ter um crescimento exponencial”, afirma Frankel. “Você se acostuma com o caos.”
Dá para dizer que esse cenário caótico agradou a Redpoint eventures, que já era investidora do negócio. Em abril deste ano, a gestora, ao lado de TM3 Capital e Açolab, fundo de corporate venture capital da ArcelorMittal, investiu mais US$ 10 milhões na operação.
Em entrevista ao NeoFeed quando captou a rodada, Frankel contou que o aporte seria usado para “antecipar em três anos em menos de 12 meses”. O plano é fazer a expansão internacional do negócio ainda em 2024. O desembarque será em Portugal e nos Estados Unidos.