Grupo do setor têxtil de Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, a Coteminas lida, há tempos, com dificuldades financeiras. Em 2024, essa crise ganhou um agravante envolvendo a Ammo Varejo, operação de varejo de cama, mesa e banho da holding e dona das marcas MMartan, Santista e Artex.
Em fevereiro, o NeoFeed revelou que a holding corria o risco de perder o negócio. O caso envolvia uma emissão de debêntures de R$ 175 milhões, feita em 2022, com garantia atrelada a 100% das ações da rede, que, posteriormente, entrou em default, quebrando covenants (cláusulas de proteção) do contrato.
Agora, esse episódio está no centro de um capítulo mais amplo e ainda mais crítico do grupo. Em fato relevante divulgado na manhã de quarta-feira, 8 de maio, a Coteminas informou que protocolou um pedido de recuperação judicial, que já foi deferido pela Justiça, em decisão proferida no dia anterior, 7 de maio.
Além da própria Coteminas, o processo compreende suas controladas – Springs Global, Ammo Varejo e Santanense. E o estopim para essa decisão envolve justamente os desdobramentos da emissão de debêntures da operação de varejo.
O grupo informou que, no fim da semana passada, recebeu uma notificação do fundo Odernes alegando o vencimento antecipado da dívida das debêntures emitidas pela varejista e manifestando sua intenção de executar as ações da rede sob titularidade da Coteminas.
Em resposta, a Coteminas informou ao fundo que as condições para o vencimento antecipado da dívida relacionada às debêntures não haviam sido configuradas, assim como a possibilidade de execução das ações detidas na Ammo Varejo ou a transferência dessa participação para qualquer outra empresa.
Ao mesmo tempo, o grupo ressaltou ao Odernes que, “conforme já amplamente informado”, desde a pandemia, seus negócios vêm sendo “negativamente impactados” pela combinação de fatores adversos que geraram dificuldades financeiras.
Diante desse impasse, a Coteminas informou que o caminho da recuperação judicial foi tomado para preservar as atividades do grupo e das suas empresas controladas, que ficariam sujeitas a um “dano irreparável”.
* mais informações em instantes