Há exatos quatro anos, a Boeing encerrou, em uma decisão unilateral, o acordo para a constituição de uma joint venture com a Embraer na área de aviação comercial. As negociações para a parceria tinham sido iniciadas em 2017 e o desfecho das conversas não foi nada amigável.
Agora, as duas fabricantes podem entrar novamente em rota de colisão – em um momento em que a Boeing está atolada em problemas por conta da segurança de seus aviões e sob pressão de companhias áreas e órgãos reguladores.
Segundo o jornal americano The Wall Street Journal (WSJ), a Embraer tem planos de desenvolver uma nova geração de aeronaves de fuselagem estreita. Esses modelos, mais conhecidos no setor como narrow-body, incluem os jatos de corredor único.
O segmento é o de maior demanda na aviação comercial e é dominado, há anos, justamente pela Boeing, ao lado da franco-germânica Airbus.
Segundo o WSJ, que cita fontes próximas à companhia, a disposição da Embraer de desafiar esse duopólio parte de avaliações internas, nas quais a fabricante brasileira entende que tem conhecimento tecnológico e capacidade de produção para ingressar nesse espaço.
Como parte dessa iniciativa, ainda em estágio inicial, a empresa já teria sondado potenciais parceiros de fabricação e de financiamento do projeto. Essas conversas incluíram fornecedores da Turquia, Índia e Coreia do Sul, além do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF, na sigla em inglês).
Caso o plano evolua e saia efetivamente do papel, o projeto poderia levar, como é comum no setor, mais de uma década para chegar ao mercado. Assim, as aeronaves da Embraer despontariam como rivais dos modelos que irão suceder o A320, da Airbus, e do 737 MAX, da Boeing.
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