Jogo do Paladar: Conheça uma forma lúdica de ajudar os pais na hora da papinha dos filhos – Prisma



Hoje vou te contar a história do Piatã, potiguar de nascimento, com pouco mais de um ano de idade. Sorridente, alegre e que é a alegria da casa.


Piatã é um nome indígena que significa “pedra dura”. Mesmo sendo um docinho risonho, ele aprendeu que para ser duro que nem rocha, precisa se alimentar certinho. E come de tudo. É a alegria da pediatra.


Parte disso, porque os pais criaram de forma lúdica uma estratégia para que ele pudesse experimentar sabores e texturas ainda cedo e poder assim não desenvolver a neofobia, que é a rejeição ao novo, ao alimento novo.


“Desde o começo a gente oferece. Ele começou só com fruta e depois o almoço. Todos os tipos de alimento eu seguia como exemplo o BLW (Baby-Led Weaning – onde é a criança que escolhe o que provar a partir de estímulos), com cortes seguros de cada alimento”, conta Thanyria Câmara, mãe do Piatã.


Mesmo com estímulo, era o Piatã quem escolhia o que comer. Hoje, segundo o pai Natan Mesquita, ele ainda tem dificuldades com algumas texturas, como o ovo. Mas a estratégia é misturar com, por exemplo, cuscuz e agradar o paladar.


As frutas são os alimentos preferidos do menino, que ao completar um ano passou a apresentar resistência a alguns pratos. Aí a tática, orientada por uma nutricionista, teve que apelar para o lúdico.



“Ele tem comido um pouco melhor quando coloco uns brinquedinhos com ele. Aí vou, dou comida para o cachorrinho, aí dou para ele, dou comidinha para o carrinho e dou comidinha para ele”, reforça a mamãe.


Fazer a criança se alimentar adequadamente previne logo na primeira infância alguns distúrbios e doenças que podem se instalar por falta da nutrição adequada.


Mas aí você me diz: “Dionisio, eu já tentei de tudo, mas não deu certo”. Bem, o DiFato, Tudo Importa foi atrás de uma possível solução e ela vem com o gastropediatra Aldo Rodrigues.


Com base em estudos, ele desenvolveu um jogo que estimula pais e crianças a descobrir um mundo de sabores. É o “Jogo do Paladar”. É, num resumo, uma espécie de Jogo Imobiliário de texturas e sabores, onde o prêmio final é a descoberta da criança e a aceitação alimentar.


“O processo de introdução alimentar e a exploração de novos alimentos devem ser encarados como uma atividade conjunta entre pais e filhos. Muitas vezes, sem perceber, os pais acabam transmitindo suas preferências, aversões e até mesmo ansiedades relacionadas à comida para as crianças. Então, adotar uma postura neutra e positiva em relação aos alimentos é fundamental para não influenciar negativamente as preferências alimentares dos pequenos”, afirma o gastropediatra.



Segundo o especialista, estimular uma alimentação variada desde cedo ajuda na tolerância imunológica e no desenvolvimento nutricional, motor e sensorial da criança.  Mas quando começar?


“A idade ideal para começar a introdução alimentar é por volta dos 6 meses de idade, período em que os bebês já começam a apresentar sinais de prontidão para receber outros alimentos além do leite materno ou fórmula”, afirma.


Para ele, o nosso exemplo com o Piatã foi correto. O ideal é começar pelas frutas, uma de cada vez, para que a criança possa identificar os sabores, e depois introduzir o almoço. Inicialmente bem amassada, evoluindo gradualmente para texturas mais grossas e pedaços pequenos conforme a criança se adapta e desenvolve habilidades mastigatórias.


Dr. Aldo salienta que observar como a criança manipula os alimentos é importante, porque ajuda no desenvolvimento da coordenação motora fina. Quanto ao aspecto lúdico, utilizar recursos como figuras e brincadeiras pode tornar o momento da refeição mais agradável e incentivar a criança a experimentar novos alimentos, mas lembrando de evitar transformar a alimentação em um momento de pressão ou estresse.


E o importante é nunca deixar de tentar adaptar e estimular. A introdução alimentar deve começar idealmente até os 6 meses, mas nunca é tarde para adotar hábitos saudáveis.


“Se houver dificuldades significativas na aceitação de alimentos ou na mastigação e deglutição, aconselho buscar a avaliação de um profissional. Em alguns casos, a intervenção de um Terapeuta Ocupacional especializado em integração sensorial pode ser muito benéfica, especialmente para crianças com hipersensibilidade oral ou dificuldades motoras”, orienta o gastropediatra Aldo Rodrigues.



Outro conselho do nosso amigo especialista é que crianças com TEA (inclusive mais velhas) muitas vezes se beneficiam de abordagens adaptadas e personalizadas para a introdução alimentar, porque elas podem ter sensibilidades sensoriais e preferências alimentares restritas. Uma abordagem multidisciplinar, com terapeutas ocupacionais, nutricionistas e psicólogos, é capaz de atender as necessidades específicas de cada criança e promover assim uma experiência positiva na alimentação.


E aí? Vamos colocar esse joguinho em prática? Para mais dicas acesse o nosso blog ou o perfil do Dr. Aldo no Instagram: @dr.aldo.rodrigues.





Fonte: R7

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