O que a Geração Z pensa sobre protetores solares – 01/06/2024 – Equilíbrio


Duas novas pesquisas sugerem uma tendência preocupante: jovens adultos parecem estar relaxando na segurança solar.

Uma pesquisa online feita com mais de 1.000 pessoas, publicada neste mês pela AAD (Academia Americana de Dermatologia), mostrou que 28% dos jovens de 18 a 26 anos disseram não acreditar que o bronzeamento causa câncer de pele. E 37% disseram que usavam protetor solar apenas quando eram incomodados por outras pessoas a respeito.

Em outra pesquisa, publicada neste mês pelo Instituto do Câncer de Orlando Health, 14% dos adultos com menos de 35 anos acreditavam no mito de que usar protetor solar todos os dias é mais prejudicial do que a exposição direta ao sol. Embora as pesquisas sejam muito pequenas para capturar os comportamentos de todos os jovens adultos, os médicos disseram que notaram essas lacunas de conhecimento e comportamentos mais arriscados de forma anedótica entre seus pacientes mais jovens também.

Em certa medida, os especialistas afirmam que essa questão não é exclusiva da geração atual de jovens adultos. “Há um componente de os jovens serem simplesmente jovens”, diz Melissa Shive, dermatologista da UCI Health em Irvine, Califórnia. Uma pesquisa realizada entre 1986 e 1996 descobriu que os jovens de 18 a 24 anos na época (que agora estão na meia-idade) tinham mais probabilidade do que os adultos mais velhos de frequentar cabines de bronzeamento artificial e de se queimarem no sol.

Jovens adultos frequentemente não estão cientes de como é o dano solar e de como preveni-lo da melhor forma, afirma Shive. Ela diz que recentemente viu um paciente jovem que não sabia que a pele bronzeada e as sardas eram sinais de dano solar. Heather Rogers, professora assistente clínica de dermatologia na Universidade de Washington, afirma que um maior número de seus pacientes jovens agora relatam visitas a câmaras de bronzeamento. Raios ultravioleta —seja de camas de bronzeamento artificial ou da luz solar direta— podem danificar a pele e causar câncer, que pode ser fatal.

Adultos mais velhos que participaram das pesquisas recentes também não tinham conhecimento perfeito sobre segurança solar: 17% dos millennials pesquisados pela AAD não sabiam que o bronzeamento causava câncer de pele, por exemplo. Mas, no geral, os adultos mais jovens —a maioria dos quais faz parte da Geração Z, ou seja, nasceram após 1997— eram mais propensos a acreditar em mitos sobre segurança solar.

Os especialistas dizem que a Geração Z é especialmente suscetível à desinformação sobre protetor solar e câncer de pele que se proliferou em plataformas como o TikTok. Eles apontam para postagens de influenciadores que afirmam incorretamente que o protetor solar pode causar câncer, ou de celebridades que afirmam não usar protetor solar porque interfere na absorção de vitamina D. (Anos de evidências científicas apoiam os benefícios do protetor solar na prevenção do câncer de pele, diz Shive.)

“O problema das redes sociais é que ninguém está verificando o que está sendo divulgado”, afirma Ida Orengo, chefe do departamento de dermatologia da Baylor College of Medicine em Houston.

“Isso pode ajudar a divulgar informações sobre a prevenção do câncer de pele, mas também pode fazer exatamente o oposto e piorar as coisas”, diz ela.

A pesquisa do Orlando Health descobriu que quase um quarto dos entrevistados com menos de 35 anos acreditava que se manter hidratado previne queimaduras solares. (Não há evidências de que isso possa acontecer.) Na pesquisa da AAD, mais de um quarto das pessoas de 18 a 26 anos acreditava que obter um bronzeado base poderia prevenir o câncer de pele, embora qualquer bronzeado danifique as células da pele, diz Rogers.

Como os jovens podem proteger sua pele?

A maioria das recomendações de segurança solar é a mesma para pessoas de todas as idades, afirma Shive. E qualquer pessoa pode ter queimaduras solares e câncer de pele, então o conselho se aplica independentemente da cor da pele, diz Meredithe McNamara, professora assistente de pediatria especializada em medicina para adolescentes na Escola de Medicina de Yale.

PROCURE SOMBRA

Se você ficará no sol por um período prolongado, Rogers recomenda um guarda-sol. A sombra é mais importante entre aproximadamente 10h e 16h, quando o sol é mais intenso, diz Orengo.

USE ROUPAS DE PROTEÇÃO SOLAR

Mangas compridas e calças ajudam a proteger a pele, especialmente se forem feitas de materiais com fator de proteção ultravioleta, ou FPU, afirma Shive. Chapéus de abas largas também são uma boa ideia.

APLIQUE GENEROSAMENTE —E REAPLIQUE— PROTETOR SOLAR

Os raios UV podem danificar a pele mesmo quando está nublado ou frio, então os especialistas recomendam usar protetor solar todos os dias. O protetor solar ideal é de pelo menos FPS 30 e é rotulado como “amplo espectro”, diz Rogers. Isso significa que ele bloqueia ambos os tipos de raios ultravioleta, UVA e UVB.

Aplique protetor solar todas as manhãs antes de sair de casa. Se estiver ao ar livre, Shive diz que você deve reaplicá-lo a cada duas horas, ou com mais frequência se estiver suando ou nadando.

VERIFIQUE SUA PELE

Médicos de atenção primária ou dermatologistas podem examinar a pele de um paciente durante check-ups anuais, diz McNamara. Mas se você notar uma pinta incomum —uma que seja assimétrica, tenha uma borda irregular ou cor incomum, seja maior que um quarto de polegada ou esteja mudando rapidamente— Orengo sugere ver um dermatologista imediatamente.

PENSE NA PROTEÇÃO DA PELE COMO UM FUNDO DE APOSENTADORIA

Clara Curiel-Lewandrowski, dermatologista do Centro de Câncer da Universidade do Arizona, oferece uma dica específica para a Geração Z: Encare a proteção solar como “um investimento em sua saúde futura”. Quanto mais você proteger sua pele quando jovem, mais protegido estará contra o câncer de pele, e contra as rugas e manchas que surgem devido à exposição ao sol mais tarde na vida.



Fonte: Folha de São Paulo

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