A Saúde Pública da França (SPF) informou que a capital, Paris, registrou o primeiro caso de transmissão autóctone de chikungunya neste ano —quando a pessoa não havia viajado recentemente para o exterior e é contaminada por um mosquito da cidade. Segundo o órgão, o paciente começou a manifestar sintomas no dia 18 de julho, cerca de uma semana antes do início das Olimpíadas.
“Não há nenhuma ligação com os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024”, explica a autoridade em boletim sobre doenças registradas durante os jogos, que inclui também dengue, zika, rubéola, coqueluche e Covid.
Segundo o Centro Europeu para Controle e Prevenção de Doenças, entre 2007 e 2017 ocorreram cinco episódios de transmissão local da chikungunya na Itália e na França. Os registros franceses ocorreram no sul do país, mais perto da Itália, onde há condições climáticas mais favoráveis ao mosquito transmissor. Esse não é o caso de Paris, que fica no norte do país.
Desde o início de maio, quando começou a vigilância reforçada de doenças relacionadas ao período de atividade do Aedes albopictus, mosquito da família do Aedes aegypit, nove casos importados de chikungunya também foram registrados na metrópole, segundo a SPF. Em junho e no início de julho, também foram registrados casos de transmissão local da dengue em Hérault e Alpes-Maritimes.
Especialistas apontam as mudanças climáticas como principais fatores para o aumento de casos de arboviroses na Europa. A disposição global de mosquitos mudou em 2023 devido ao fenômeno El Niño, que acentuou os efeitos do aquecimento global das temperaturas e das alterações climáticas, disse a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Casos como esse, de transmissão autóctone, confirmam a mudança. França, Itália e Espanha reportam casos de infecções de dengue, chikungunya e zika originadas no país. Normalmente, a Europa relata “casos importados” das regiões endemicas.