Micróbios no organismo podem aumentar risco de obesidade – 16/04/2024 – Equilíbrio


Uma pesquisa sobre micróbios que viajam pelo trato digestivo do corpo aponta que alguns podem estar relacionados ao aumento do risco de desenvolver obesidade, enquanto outros podem ajudar a preveni-la.

Não apenas isso, mas esses micróbios podem agir de forma diferente em homens e em mulheres, descobriu o mesmo estudo.

“As descobertas revelam como um desequilíbrio em grupos bacterianos distintos provavelmente desempenha um papel importante no início e desenvolvimento da obesidade, com diferenças consideráveis entre os gêneros,” disse a autora principal do estudo, Paula Aranaz, do Centro de Pesquisa em Nutrição da Universidade de Navarra, na Espanha.

A equipe dela vai apresentar as descobertas em maio no Congresso Europeu sobre Obesidade em Veneza.

Os pesquisadores focaram em um produto final da digestão humana: fezes. Eles analisaram cuidadosamente o “metaboloma” de amostras de fezes de 251 voluntárias mulheres e 110 voluntários homens adultos, com idade média de 44 anos.

O metaboloma é a variedade de moléculas de metabólitos que se formam à medida que as bactérias intestinais quebram os alimentos, explicaram os pesquisadores em um comunicado de imprensa.

A equipe de Aranaz também usou o perfil genético para identificar os vários tipos de bactérias nas amostras de fezes.

Os participantes variaram em termos de peso —65 tinham peso normal, 110 estavam acima do peso e 186 foram considerados obesos.

Certos padrões microbianos surgiram quando se tratava de correlações entre micróbios intestinais e peso.

Por exemplo, pessoas obesas tendiam a ter níveis mais baixos de Christensenella minuta no intestino, uma bactéria que há muito tempo está ligada à magreza saudável.

Depois disso, as diferenças surgiram com base no gênero da pessoa. Entre os homens, níveis mais altos de duas bactérias, Parabacteroides helcogenes e Campylobacter canadensis, pareciam estar ligados ao ganho de peso excessivo.

Entre as mulheres, as maiores quantidades de três espécies —Prevotella micans, Prevotella brevis e Prevotella sacharolitica— foram associadas à obesidade e sobrepeso. Isso não foi o mesmo entre os homens, observou a equipe de Aranaz.

Aranaz disse que os resultados sugerem que a composição bacteriana distinta do intestino pode “influenciar o desenvolvimento de doenças metabólicas”, incluindo a obesidade.

Os resultados podem abrir caminho para novas formas de prevenir ou tratar o ganho de peso, disse ela. No entanto, “intervenções para ajudar a prevenir um microbioma favorável à obesidade podem precisar ser diferentes em homens e mulheres”, disse ela.

Como os resultados estão sendo apresentados em um encontro médico, eles devem ser considerados preliminares até serem publicados em um jornal revisado por pares.



Fonte: Folha de São Paulo

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