Obesidade deve atingir 2 bilhões de pessoas no mundo – 08/03/2024 – Equilíbrio e Saúde


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Mais de 1 bilhão de pessoas, uma em cada 8 no mundo, são obesas. O aumento de casos nos últimos 30 anos confronta a eficácia de políticas de enfrentamento de fatores de risco para doenças crônicas, como cardiovasculares.

Na edição de hoje, explico esse crescimento da obesidade no mundo e seu impacto em políticas de saúde pública.

1 em 8 pessoas no mundo são obesas

O mundo passou da marca de 1 bilhão de pessoas com obesidade (879 milhões de adultos e 125 milhões de crianças e adolescentes). O dado alarmante foi apontado por um estudo coordenado pela Colaboração de Fator de Risco de Doenças Não Transmissíveis (NCD, na sigla em inglês) do Reino Unido junto com a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Antes de explicar as causas e os efeitos desse problema, considerado uma doença crônica pela OMS, é importante defini-lo, até porque há mais de uma categoria de obesidade.

Mais grave, a obesidade clínica é o acúmulo de tecido adiposo (gordura) que provoca algum sinal ou sintomas de disfunção nos órgãos ou afeta a mobilidade. Um efeito dela é a inflamação crônica do organismo, que prejudica também o sistema imunológico.

O paciente com essa condição possui um risco aumentado para o desenvolvimento de outras condições, como diabetes tipo 2.

Há também a chamada obesidade pré-clinica, quando há adiposidade, mas não lesão ou disfunção de órgãos.

No mundo…

A proporção de pessoas obesas cresceu 300%, de 1990 a 2022. A condição afeta hoje mais elas do que eles: a taxa de mulheres obesas quadruplicou, enquanto a dos homens triplicou. Nos mais jovens, quadruplicaram o total de casos para ambos os sexos, embora existam mais meninos do que meninas com o problema.

De acordo com o levantamento da Federação Mundial de Obesidade (WOF, na sigla em inglês), até 2035 devemos ter 3,3 bilhões de pessoas com a condição no mundo, ou cerca de um terço da população.

Isso preocupa porque ela é fator de risco para diversas doenças, como cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2 e câncer.

O mesmo relatório aponta custos relacionados à doença de até U$ 4 trilhões (cerca de R$ 20 trilhões), ou 3% do PIB (produto interno bruto) mundial.

…e no Brasil?

Houve aumento de casos nos últimos anos e há projeções para um cenário ainda mais grave. As estimativas para a prevalência de jovens (de 5 a 19 anos) obesos no país apontam um salto na próxima década.

O estudo da Federação Mundial de Obesidade aponta que há avanço da condição principalmente nos locais mais pobres, onde o poder aquisitivo está ligado diretamente ao acesso à alimentação saudável.

Segundo o Atlas, 78% das mortes resultantes de obesidade ocorreram nestes países, onde há também altas taxas de prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.

Sim, mas.. O Brasil é hoje um país referência em publicações científicas e diretrizes que apoiam a alimentação saudável.

De acordo com o Guia Alimentar da População Brasileira, de 2006, uma alimentação equilibrada deve ser baseada principalmente em alimentos in natura, como frutas e verduras frescos, conter uma quantidade moderada de alimentos processados ou minimamente processados.

O Ministério da Saúde também lançou um programa no início do ano para reforçar a importância de medidas de promoção e prevenção de saúde como forma de reduzir a incidência de doenças e melhorar o fator de risco para outras condições de saúde.

CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e ciência

  • Desvendado mecanismo que aumenta resistência microbiana. Pesquisadores do Laboratório de Biologia Marinha da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, desvendaram como algumas bactérias conseguem aumentar a resistência a certos antibióticos multiplicando partes do DNA conhecidos como transposons ou “DNA saltadores”. Esse conjunto de genes foi identificado em várias comunidades de bactérias de um paciente que foi internado com uma úlcera no cólon decorrente de uma doença inflamatória. Com a descoberta, os cientistas acreditam poder desenvolver novas drogas que podem atacar bactérias multirresistentes. O estudo foi publicado na revista mBio.

  • Estudo liga tabagismo a mutações cancerígenas. Uma pesquisa com 2.782 pacientes encontrou alterações genéticas conhecidas como metilação (adição ou substituição de novas cadeias moleculares no DNA) em fumantes que tiveram câncer de pulmão, o que indica que o tabaco causa modificações celulares que levam ao aparecimento de tumores. O estudo, realizado por cientistas da Escola Keck de Medicina da Universidade do Sul da Califórnia, foi publicado no periódico científico American Journal of Human Genetics.



Fonte: Folha de São Paulo

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