Parlamentares britânicos devem votar nesta terça-feira (16) medidas do primeiro-ministro Rishi Sunak para proibir qualquer pessoa com 15 anos ou menos de comprar cigarros.
Embora se espere que seja aprovado, o plano de Sunak de impor leis antitabagismo consideradas as mais rígidas do mundo irritou alguns membros do Partido Conservador, incluindo os ex-primeiros-ministros Liz Truss e Boris Johnson, que dizem que o estado não deve interferir na forma como as pessoas vivem suas vidas.
Os parlamentares terão um chamado voto livre sobre o projeto de lei, o que significa que não precisam votar de acordo com as linhas partidárias. Uma lei semelhante na Nova Zelândia foi revogada este ano pelo novo governo de coalizão antes que a legislação entrasse em vigor.
Uma grande rebelião conservadora seria mais um golpe para Sunak, que já enfrentou críticas em seu partido por questões que vão desde a mudança climática até a política de defesa.
A legislação é uma das principais políticas de Sunak antes de uma eleição ainda este ano, na qual as pesquisas de opinião sugerem que o Partido Trabalhista de oposição vencerá.
O projeto de Lei de Tabaco e Vapes visa impedir que crianças nascidas a partir de 2009 possam comprar tabaco legalmente, em vez de criminalizar o hábito.
Sunak disse que isso combaterá “a maior causa inteiramente prevenível de doenças, deficiências e mortes”.
Há um forte apoio à medida por parte de especialistas de saúde e de instituições não-governamentais, que afirmam que o tabagismo causa 80 mil mortes a cada ano, além de muitas outras doenças relacionadas ao cigarro.
Contudo, o parlamentar conservador Simon Clarke disse à rádio BBC que uma proibição poderia ser contraproducente.
“Acho que, na verdade, [a legislação] corre o risco de tornar o cigarro mais atraente. Há um risco ainda de criar um mercado negro e também um desafio incontrolável para as autoridades”, disse ele.
Apesar de tais críticas, a expectativa é que a legislação seja aprovada com ampla votação, com o Partido Trabalhista sugerindo que apoiará a medida. Se for aprovado nesta terça-feira (16), o projeto de lei avançará para a próxima etapa no parlamento.