Nos dias em que o país enfrenta índices de pior qualidade do ar em diversas cidades, começa o Rock In Rio, no Rio de Janeiro.
O festival deve atrair 700 mil pessoas para shows de artistas nacionais e internacionais na Cidade do Rock —60% do público é de outros estados. Com as aglomerações, tempo seco e calor intenso, há risco de hipertermia, por isso o ideal é beber muita água, usar roupas leves e se proteger contra o sol.
A previsão é de que o Rio tenha máxima de 35° e mínima de 17° nesta sexta-feira (13) e sábado (14). No domingo, as temperaturas caem e a máxima não deve passar dos 21°, segundo o Climatempo.
Dados do Monitor de Qualidade do Ar indicam que a capital fluminense está com índice na marca de 69, considerado aceitável. No entanto, pode haver um risco para algumas pessoas, particularmente aquelas que são sensíveis à poluição do ar.
Na Cidade do Rock, bebedouros estarão espalhados pelo espaço, além de vaporizadores e aguadeiros —pessoas que irão abastecer os fãs com água— posicionados na fila de entrada, Palco Mundo e Palco Sunset. O evento também deve distribuir 600 mil copos de água de 200ml durante os shows.
Pela primeira vez, o público do Rock in Rio tem autorização para levar uma garrafa plástica fechada, desde que seja transparente, com capacidade de até 500 ml e esteja vazia.
Os shows começam às 15h e algumas pessoas preferem chegar antes disso para garantir o melhor lugar. Nesse caso, a primeira dica é usar proteção em todos os níveis do corpo, como vestimentas leves, chapéu, óculos de sol e muito protetor solar, diz o médico Agnaldo Píscopo, diretor dos cursos de emergências da Socesp (Sociedade de Cardiologia de São Paulo).
“É importante que as roupas sejam em tons claros também. Além disso, tem que se hidratar com líquido não alcoólico. Nesses locais, para evitar muitas idas ao banheiro, as pessoas acabam restringindo a quantidade de água, não pode”, afirma o médico.
O combo calor, agrupamento de pessoas, cantar e dançar leva à perda de água no corpo, e consequentemente pode resultar em desidratação. Os sintomas tendem a começar com tontura, queda de pressão e mal-estar.
Psícopo explica que se nada for feito para resfriar a temperatura nesse momento, o corpo perde a capacidade de autorregulação do calor, o que é chamado de hipertermia maligna. Nesses casos, a pessoa para de produzir suor, pode ter confusão mental, desmaio e crise convulsiva.
“Pode acontecer o mesmo que causou a morte da fã que assistia ao show da Taylor Swift, em novembro do ano passado. Então é extremamente necessário ir de roupas leves, se hidratar e se resfriar. A pessoa pode até usar um líquido mais frio para jogar atrás da nuca, na região da cabeça”, diz.
Desde a morte da fã da cantora, uma portaria do Ministério da Justiça obriga grandes eventos a disponibilizarem água gratuitamente para a população.
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